sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

AS CEM LINGUAGENS DA CRIANÇA



Enquanto educadora com atuação no ensino infantil, acho que a sensibilidade do professor de educação infantil, necessariamente deverá ser uma de suas maiores qualidade. No sentido, de que realmente este educador possa entender a sutileza da sabedoria infantil, que se revela em cada ação da criança: no olhar, no sorrir, na utilização de suas múltiplas linguagens, sobretudo na sua capacidade  de estar sempre aprendendo, e a cima de tudo também, nos ensinando a partir de sua inata simplicidade.

 Encontrei este texto na net. no endereço http://sonhoscompanhia.blogspot.com.br/search/label/Para%20reflectir e estou divulgando por considerá-lo um texto reflexivo, digno de uma boa leitura. 

Agora é com vocês leitores.

  
... texto que nos faz refletir sobre o que é realmente a nossa prática. Estaremos a dar voz à criança para exprimir as suas emoções, os seus desejos de aprender, a exprimir as suas ideias acerca da realidade que a rodeia? Ou estaremos a retirar à criança a oportunidade de explorar as suas brincadeiras, as suas aprendizagens através dos seus interesses e das suas necessidades? Façamos uma avaliação da nossa prática e vejamos se estamos a fazê-la da melhor forma.)

A criança tem cem linguagens
Cem mãos cem pensamentos
Cem maneiras de pensar
De brincar e de falar
Cem sempre cem
Maneiras de ouvir
De surpreender de amar
Cem alegrias para cantar e perceber
Cem mundos para descobrir
Cem mundos para inventar
Cem mundos para sonhar.
A criança tem
Cem linguagens
(e mais cem, cem, cem)
Mas roubam-lhe noventa e nove
Separam-lhe a cabeça do corpo
Dizem-lhe:
Para pensar sem mãos, para ouvir sem falar
Para compreender sem alegria
Para amar e para se admirar só no Natal e na Páscoa.
Dizem-lhe:
Para descobrir o mundo que já existe.
E de cem roubam-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
Que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia
A ciência e a imaginação
O céu e a terra, a razão e o sonho
São coisas que não estão bem juntas
Ou seja, dizem-lhe que os cem não existem.
E a criança por sua vez repete: os cem existem!

Loris Malaguzzi (1996)



 

 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Socializando a proposta pedagógica da Creche e Pré-escola Mundo Feliz



 A Proposta pedagógica ora apresentada traz como tema e subtema, BRINCAR E APRENDER TUDO A VER: REVELANDO CONCEPÇÕES E O FAZER PEDAGÓGICO NO COTIDIANO DE EDUCAÇÃO INFANTIL. Nós, que fazemos esta instituição nos sentimos honrados em poder iniciar o ano letivo, tendo como norteador de nossa ação educativa esse imprescindível documento.

 Sendo o primeiro a ser elaborado pela instituição, aliás, surgido junto à creche Pro infância que é também, o nosso orgulho enquanto riachocruzenses. Disponibilizamos este proposta pedagógica para a ampla socialização a àqueles (as) pais, professores, funcionários e demais interessados na educação da nossa instituição. Assim sendo, estamos iniciando o ano letivo e com certeza, iremos aliar as indicações metodológicas ao planejamento pedagógico, pois temos convicção que servirá como um instrumento facilitador do trabalho didático. Afinal, se o conhecimento não tem limite, que este seja apenas o ponto de partida para se chegar a uma educação de muitas práticas exitosas.  



Em fim,  na íntegra a Proposta Pedagógica.






Estado do Rio Grande do Norte
Prefeitura Municipal de Riacho da Cruz
 Secretaria Municipal de Educação Cultura e Desportos – SMEC
Creche e Pré-Escola Mundo Feliz
 





PROPOSTA PEDAGÓGICA
 





BRINCAR E APRENDER TUDO A VER: REVELANDO CONCEPÇÕES E O FAZER PEDAGÓGICO NO COTIDIANO DE EDUCAÇÃO INFANTIL.
 







RIACHO DA CRUZ – RN
SETEMBRO/OUTUBRO DE 2012.





MARCOS AURÉLIO DE PAIVA RÊGO – Prefeito Municipal
LINDALENE DE PAIVA RÊGO DANTAS – Secretária Municipal de Educação
 

ELABORADORES E CO-PARTICIPANTES:
JOSÉ LÁZARO INÁCIO DE MELO – Técnico da SMEC
VERÔNICA MARIA DE MELO SÁ – Técnica da SMEC
MARIA DE FÁTIMA SIMAS MALHEIRO – Técnica do MEC
MARIA DAS GRAÇAS PINHEIRO – Assessora Técnica Municipal
MARIA DE FÁTIMA ARAÚJO DE MEDEIROS PEREIRA – Diretora
ANTÔNIA ILZA FREITAS – Coordenadora Pedagógica
MARIA DE FÁTIMA VARÉLIA – Coordenadora Pedagógica
FRANCISCA LÚCIA DE PAIVA SOARES – Professora
RITA COSTA DO NASCIMENTO PAIVA – Professora
ELIZABETH KELISÂNGELA DE OLIVEIRA BARBOSA – Professora
MARIA IRISMAR COSTA RÊGO – Professora
MARIA LUCIENE GOMES DE PAIVA – Professora
ZENILDA ANDRADE – Professora
LIDRIANA DA COSTA CHAGAS – Professora
REVELÚCIA DE PAIAV FREITAS – Professora
RAFAELA RIBEIRO BORGES – Professora-Auxiliar
MARIA JOSINEUDA DA SILVA – Professora-Auxiliar
LUCIANA MARIA DE ARAÚJO – Professora-Auxiliar
MARIA APARECIDA DA CONCEIÇÃO – Professora-Auxiliar
MELINA LYANNE DE MELO SÁ – Professora-Auxiliar
LEÂNIA CAVALCANTE DELMIRO – Professora-Auxiliar
MARLENE EVARISTO DE PAIVA – Professora-Auxiliar
FRANCISCA ITAMARA SOARES – Professora-Auxiliar
JOSENILTON HÉLIO DE OLIVEIRA – Professor-Auxiliar
FRANCISCO LEONARDO CHAGAS DE LIMA – Professor-Auxiliar
FRANCISCO GILTEMAR DE OLIVEIRA SERAFIM – Pai
MARIA APARECIDA CAVALCANTE DE OLIVEIRA – Mãe
ANTÔNIA SOARES PEREIRA – Secretária
 

Brincar é, sem dúvida, uma forma de aprender, mas é muito mais que isso. Brincar é experimentar-se, relacionar-se, imaginar-se, expressar-se, compreender-se, confrontar-se, negociar, transformar-se, ser. Na escola, a despeito dos objetivos do professor e de seu controle, a brincadeira não envolve apenas a criatividade cognitiva da criança. Envolve a criança toda. A prática social, atividade simbólica, forma de interação com o outro. Acontece no âmago das disputas sociais, implica a constituição do sentido. É criação, desejo, emoção, ação voluntária.
(Fontana & Cruz, 1997, P. 139)
 



SUMÁRIO
 
I.APRESENTAÇÃO:____________________________________________________07

II.INTRODUÇÃO:_______________________________________________________09

III. POLÍTICA DE EDUCAÇÃO  INFANTIL:___________11

IV. MARCO LEGAL DA POLÍTICA DE EUDCAÇÃO INFANTIL:_11

V. REGULAMENTAÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL DEFINIDAS PELO CONSELHO ESTADUAL OU MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO:______________                  _12

VI. PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL:_____________14

VII. OBJETIVOS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA:__________15

OBJETIVOGERAL:_______________________________1

OBJETIVOS SPECÍFICOS:_________________________16

VIII. HISTÓRICO DA CRECHE E PRÉ-ESCOLA MUNDO FELIZ:_______________17

IX. CONTEXTO DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL E DA COMUNIDADE________________________________18

X. QUEM SÃO OS SEUS LABORADORES:____________19

XI. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PROPOSTA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL:______________20

XII. REFERENCIAL CONCEITUAL:________________________________________21 EDUCAÇÃO INFANTIL:___________________________________________21 CRIANÇA:__________________________________________21 INFÂNCIA:_________________________________________22 CURRÍCULO:_______________________________________22 BRINCAR:__________________________________________23 INTERAÇÃO:________________________________________25 DIVERSIDADE:_______________________________________________________26 FUNÇÃO SOCIAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL:__________  26 EDUCAR E CUIDAR:___________________________________________27 PROFESSOR:________________________________________33 AFETIVIDADE/VÍNCULO:____________________________35 ENSINO APRENDIZAGEM:___________________________35 CULTURA:_________________________________________36
PARCERIAS:___________________________________37 AVALIAÇÃO:_________________________________________________________37

XIII. SOBRE A UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL:_38

XIV. ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS:__38 LOCAL DE FUNCIONAMENTO:_____________________________38 MODALIDADE DE ATENDIMENTO:____________________________________39

XV. ORGANIZAÇÃO E FORMAS DE UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO REFERENTES AO ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS E AOS ADULTOS:___________________39 

INSTALAÇÕES DA CRECHE ATUAL:___________________________________39 NOVAS INSTALAÇÕES: (FUNCIONARÁ A PARTIR DE  2013):_____________40

XVI. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA O FUNCIONAMENTO DA CRECHE:_________________________________________________________42 CRECHE ATUAL:_____________________________________________________42 NOVAS INSTALAÇÕES DA CRECHE:___________________________________43
XVII. FAIXA ETÁRIA ATENDIDA:________________________________________45
XVIII. CRITÉRIOS DE MATRÍCULA:______________________________________46
XIX. PERÍODO LETIVO:___________________________________________________46
XX. CALENDÁRIO ESCOLAR:_______________________________________47
XXI. ORGANIZAÇÃO DOS TURNOS:________________________________________47
XXII. ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS:________________________________________47
XXIII. RECURSOS HUMANOS:_______________________________________________48
1 - QUADRO DEMONSTRATIVO DE PROFESSORES E AUXILIARES:______48
2 - QUADRO DEMONSTRATIVO DO PESSOAL ADMINISTRATIVO E TÉCNICO-PEDAGÓGICO:_____________________________________________49
3 - QUADRO DEMONSTRATIVO DO CORPO DISCENTE POR ETAPA, NÍVEL E TURNO:____________________________________________________________50
XXIV. RECURSOS FINANCEIROS:___________________________________________50
XXV. A ROTINA DA SALA DE AULA:________________________________________51
XXVI. PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS NAS ROTINAS DA ESCOLA:____________52
XXVII. ESTRATÉGIA DE ATENDIMENTO PARA O PERIODO DE ADAPTAÇÃO:__54
XXVIII. FORMAÇÃO E CARGA HORÁRIA DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS:_54
XXIX. TRABALHO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO COM OS PROFESSORES:______________________________________________________56
XXX. FORMA DE ATENDIMENTO AS DIVERSIDADES E AS CRIANÇAS ESPECIAIS:__________________________________________________________56
XXXI. GESTÃO DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL:______________________57
XXXII. FORMA DE INTERAÇÃO ENTRE PROFESSOR-ALUNO E CRIANÇA-CRIANÇA:___________________________________________________________59 INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO:____________________________________59 INTERAÇÃO CRIANÇA-CRIANÇA:_____________________________________59
XXXIII. COTIDIANO DO TRABALHO PEDAGÓGICO:___________________________60 O TRABALHO COM PROJETOS NA CRECHE E NA PRÉ- ESCOLA:_______60 COMO SÃO TRATADOS OS JOGOS E AS BRINCADEIRAS:_______________61 BRINCADEIRAS E JOGOS MOTORES:__________________________________61 BRINCADEIRAS E JOGOS SIMBÓLICOS:_______________________________62 JOGOS COM REGRAS E INTELECTUAIS:______________________________62 JOGOS E BRINCADEIRAS TRADICIONAIS:_____________________________62 EIXOS DE TRABALHO:_______________________________________________63 INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL:_______________________66 TRANSIÇÃO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL:________________________67
XXXIV. BRASIL CARINHOSO – PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA:_______________68
XXXV. METAS GLOBAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL:______________________69
XXXVI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:____________________________________72
XXXVII. 


ANEXOS:_____________________________________________________________78
I
 - APRESENTAÇÃO
O desafio que permanece é o de delimitar o que é específico da educação infantil. Como traduzir intenções, realizar e promover interações de modo sistematizado em um projeto educacional e pedagógico para educação infantil? Como fazer isso de modo simples e, ao mesmo tempo claro?
(Machado, 2004)
A Proposta Pedagógica da Creche e Pré-Escola Mundo Feliz, situada no município de Riacho da Cruz/RN, é um instrumento teórico metodológico que procura expressar os resultados das reflexões, estudos, participação e conclusão coletiva de uma equipe comprometida com os resultados educacionais e que, ao buscar a identidade para a Educação Infantil a particulariza perante as demais.
Desta forma, torna-se necessário ter clareza sobre a força e os limites desta proposta. A sua corporeidade acontece na interação entre professores, crianças, equipe gestora, pais, funcionários da instituição e comunidade, pois são sujeitos que dão vida à escola. Na sua essência compromete indivíduos com uma ideia, com uma prática libertadora, transformadora. A forma de firmar este compromisso implica planejamento participativo, dando lugar e sentido a uma ação conduzida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Dessa forma, a função da Proposta é delinear o horizonte da caminhada, estabelecendo a referência geral, expressando o desejo e compromisso do grupo de elaboração em fazer acontecer de fato “o direito de todos a uma educação de qualidade”.
Partindo dessa premissa a Proposta Pedagógica como um todo, deve ser compreendida numa perspectiva dinâmica, em constante reformulação, ainda que algumas partes sejam de “durabilidade” maior, como por exemplo, o referencial conceitual. Por isso passa a ser vista como um acordo coletivo envolvendo os diferentes segmentos da comunidade escolar, explicitando, a curto, médio e longo prazo, as razões e propósitos de seu compromisso na formação das crianças da Educação Infantil.
A base teórica que sustenta a Proposta ora apresentada está sintetizada nos ideais das escolas de filosofia, sócio interacionista construtivista, que se caracterizam por visarem o desenvolvimento das potencialidades criativas e transformadoras do ser humano, na
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diversidade e nos propósitos das escolas inclusivas, que se caracterizam por não segregarem e/ou discriminarem as crianças sob qualquer pretexto, por estarem constantemente se aprimorando para atender as necessidades educativas de todos os aprendizes. Assim sendo, enquanto uma escola INOVADORA precisa refletir como educar, cuidar e brincar, na Educação Infantil, pode auxiliar no desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento da criança em relação a si e ao mundo, num movimento contínuo de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Assim, essa Proposta pretende atuar e orientar os funcionários e comunidade da Creche e Pré-Escola Mundo Feliz, quanto aos procedimentos essenciais na sua ação educativa. A intenção é que este trabalho represente uma consistente e significativa contribuição a todos os envolvidos na Educação Infantil.
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II - INTRODUÇÃO
Delinear uma Proposta Pedagógica para a Educação Infantil significa pôr Creches e Pré-Escolas diante de atraentes tarefas e sérios desafios. O modo como estas instituições historicamente se organizaram reflete o posicionamento que assumiram acerca de sua função social em face de uma dada representação de criança e de um entendimento de sue processo de desenvolvimento entre outros fatores.
(Moraes, 2011, p. 181)
A Proposta Pedagógica baseia-se na política educacional vigente, preconizada pelo Ministério da Educação e na contribuição de pensadores influentes tais como Piaget, Vygotsky e Wallon, que consonantemente consideram o desenvolvimento humano como resultante de uma dupla história, que envolve as condições do sujeito e as sucessivas situações com as quais ele se envolve e às quais responde num sistema específico de trocas com o meio.
Ao elaborar este documento, a instituição busca destacar a sua função principal que é cuidar e educar, consolidando, desta forma, o seu papel social e viabilizar o sucesso educacional das crianças assistidas preservando o bem-estar físico e mental; estimulando seus aspectos, cognitivo, emocional e social.
Na escola infantil, para realizarmos um trabalho onde a educação e o cuidado estejam presentes, devemos definir esta proposta pedagógica dentro de princípios éticos, políticos e estéticos. Éticos – Autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum; Políticos – Direitos e deveres do cidadão, exercício da criticidade e respeito a ordem democrática; Estéticos – Sensibilidade, criatividade, ludicidade e diversidade de manifestações artísticas e culturais.
Decidimos por uma fundamentação pedagógica que permita acompanhar o educando em seu desenvolvimento considerando suas particularidades e ao mesmo tempo oferecendo suporte afetivo e educativo.
Esta Proposta é flexível e será permanentemente revisada, atualizada e concretizada nos projetos educacionais, planejados periodicamente. Nela, estão contidas as tendências pedagógicas contemporâneas utilizadas na educação infantil, bem como, o sistema de estimulação, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças. As metas aqui propostas efetivar-se-ão em parceria com toda a comunidade escolar e com o real comprometimento de todos os profissionais que a elaboraram. Fundamenta-se na construção de um conhecimento que não é pronto e acabado, mas que está em permanente avaliação e reformulação, de acordo com os avanços dos principais paradigmas educacionais da atualidade ou outras alterações que se fizerem necessárias.
Não deseja ser, portanto um manual de ação pedagógica, mas um caminho aberto para ser enriquecido pela dinâmica da prática, tanto nos aspectos estruturais, como nos conteúdos e metodologias educacionais praticados.
Pretendemos que esta proposta seja impulsora e condutora do bom desempenho do corpo técnico e administrativo no alcance das metas e objetivos que a escola se propõe a concretizar durante a sua trajetória.
A concretização de boas Propostas Pedagógicas em Creche e Pré-Escola inicia-se pela consideração de que os professores de Educação Infantil apropriam-se de modelos pedagógicos e de representações sociais aprendidos em programas de formação profissional ou vividos em suas experiências profissionais como elementos canalizadores das ações educativas.

III - POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil é primeira etapa da Educação Básica, ofertada por meio do atendimento em creches, de 0 a 3 anos e 11 meses, pré-escolas de 4 a 5 anos e 11 meses, instituídos em estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.
Da mesma forma, aprendizagem são construções pessoais em interações com “Outros” num vínculo genuíno de troca, respeito mútuo e autoria. Espaço onde se cria um canal mágico do estar com, em conversações internas e externas (informações) e intervenções que podem possibilitar a mudança, ressignificações e construções em cada um e em seus diferentes lugares.
As políticas de educação infantil devem garantir os direitos do aprender, do cuidar e brincar, dimensões indissociáveis nas práticas educativas com crianças, bem como se constituir em política de Estado.

IV - MARCO LEGAL DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Os fundamentos teóricos e princípios adotados para a construção da Proposta Pedagógica da Creche e Pré-Escola Mundo Feliz respaldam-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA).
Neste sentido, refletindo acerca do contexto histórico da Educação Infantil no Brasil, e da Educação em uma perspectiva ampla, identificamos que a partir da década de 1980, com o avanço da democratização no país, observam-se mudanças impulsionadas por mobilização popular, entre elas a luta pelo direito à educação, este que foi reafirmado com a Constituição Federal de 1988, que também define o atendimento em creches e pré-escolas para crianças de zero a seis anos de idade como dever do Estado, organizado em sistemas de ensino nas diferentes esferas administrativas, garantindo o acesso e a permanência na escola pública, gratuita e de qualidade.
A LDB nº 9.394 de 1996, em seu Artigo. 29 define a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica, com a finalidade do desenvolvimento integral da criança

de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade. Ainda, em seu art. 8º, parágrafo 1º, dispõe “Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo funções normativas, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais”.
V - REGULAMENTAÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL DEFINIDAS PELO CONSELHO ESTADUAL OU MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
A criança de 6 anos de idade passa a integrar o ensino fundamental de 8 anos de duração, por meio da Lei nº 11.114, de maio de 2005, com garantia de ensino gratuito e obrigatório. No ano seguinte, o ensino fundamental é ampliado para 9 anos de funcionamento (Lei 11.274/2006).
Após um extenso trabalho de reivindicação dos movimentos em defesa da Educação Infantil, em junho de 2007 foi criada a Lei 11.494, que passa a incluir as instituições públicas conveniadas com o setor público no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O Ministério da Educação lançou em abril de 2007, Decreto 6.094, o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE com a prioridade de desenvolver uma educação básica de qualidade da creche à pós-graduação, numa visão sistêmica, que integra os diversos níveis do processo educacional. Em seu âmbito, cria-se o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, em que inaugura um novo regime de colaboração, conciliando a atuação dos entes federados sem lhes ferir a autonomia, envolvendo primordialmente a decisão política, a ação técnica e atendimento da demanda educacional, visando à melhoria dos indicadores educacionais da educação básica.
Ainda no PDE cria-se o Programa Nacional de Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) para construção e compra de equipamento de creches e escolas de educação infantil. Para tal, em 2007 e 2008 foram conveniadas 1022; em 2009, mais 700 instituições; em 2010, mais 500 instituições; em 2011 mais 1.500 instituições; com previsão de 6.000 instituições de educação infantil ao todo até o ano de 2014.
Nos últimos anos, ainda, no âmbito das políticas para a educação infantil, o MEC realizou a inclusão de acervo da educação infantil (60 títulos) no Programa Nacional de

Biblioteca da Escola (PNBE); criou programas suplementares de material para a educação infantil; fortaleceu o Programa Nacional de Alimentação Escolar com a distribuição de materiais orientadores, elaborados pelo Ministério da Saúde para creches e pré-escolas; entre outras ações.
A Emenda Constitucional nº 59/2009, prevê a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e amplia a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica.
Em 2009, o Conselho Nacional de Educação, por meio da Câmara de Educação Básica, fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de caráter mandatório, orientando a formulação de políticas para a educação infantil, incluindo o planejamento, desenvolvimento e avaliação pelas unidades de seu Projeto Político-Pedagógico.
As DCNEI determina, ainda, a garantia de cada criança ao acesso a processos de construção de conhecimentos e a aprendizagem de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e interação com outras crianças.
De acordo com o artigo 6º da Constituição Federal de 1988, Educação e Saúde são direitos sociais. Ambas são, igualmente, direito de todos e dever do Estado, conforme preconizam os artigos 196 e 205 desta Constituição.
Tais preceitos constitucionais encontram ressonância na legislação educacional. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/1996 (LDB), dispõe, no Artigo 2º, entre os direitos fundamentais da criança e do adolescente, o direito à vida e à saúde.
A garantia aos mesmos direitos é preconizada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei 8.069, de 13 de julho de 1990) que ademais dispõe em detalhe acerca do atendimento necessário à mãe gestante, à parturiente, à criança e ao adolescente, definindo obrigações para o poder público e o Sistema Único de Saúde - SUS, entre outros agentes.
Outrossim, o parecer do Conselho Nacional de Educação para as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil corrobora com esse direito quando determina
“As instituições de Educação Infantil devem assegurar a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo”. E, ainda: “As práticas envolvidas nos atos de alimentar-se, tomar banho, trocar fraldas e controlar os esfíncteres, na escolha do que vestir, na atenção aos riscos de adoecimento mais

fácil nessa faixa etária, no âmbito da Educação Infantil, não são apenas práticas que respeitam o direito da criança de ser bem atendida nesses aspectos, como cumprimento do respeito à sua dignidade como pessoa humana. Elas são também práticas que respeitam e atendem ao direito da criança de apropriar-se, por meio de experiências corporais, dos modos estabelecidos culturalmente de alimentação e promoção de saúde, de relação com o próprio corpo e consigo mesma, mediada pelas professoras e professores, que intencionalmente planejam e cuidam da organização dessas práticas”.
Assim sendo, de acordo com o marco legal, as crianças passam a ser inseridas na perspectiva dos direitos humanos à saúde, cuidado, alimentação, entre outros, bem como a participação na vida social e cultural em que está inserida.

VI - PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
A Proposta Pedagógica é o plano orientador das ações da instituição e define metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educados e cuidados. É elaborado num processo coletivo, com a participação da direção, dos professores e da comunidade escolar.
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças (Res CNE/CEB nº 5/2009, art.8º).
As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (Res CNE/ nº 5/2009, art.4º).
A proposta pedagógica revela o contexto, a história, os sonhos, os desejos, as crenças, os valores, as concepções, indicando os princípios e as diretrizes que orientam a ação de educar as crianças. Revela ainda as formas de organização, planejamento, avaliação, as articulações, os desafios e formas de superá-los. Uma vez que o processo de constituição de

identidades é dinâmico, a mesma está sempre num movimento de construção e reconstrução. Toda instituição implementa uma proposta pedagógica por meio de práticas e ações.
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) ou Proposta Pedagógica deve ser organizado, respeitando as exigências das Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) de forma a contemplar: Aspectos políticos e filosóficos, que explicitem o histórico e a contextualização sócio-político cultural da instituição; os objetivos do trabalho; as concepções de criança, de Educação Infantil, aprendizagem, desenvolvimento, infância, educar e cuidar, diversidade e pertencimento; Aspectos da estrutura e funcionamento da instituição e da prática pedagógica cotidiana: organização e gestão do trabalho educativo (critérios de matrícula, enturmação, recursos humanos e formação inicial e continuada, seus papéis no processo educativo, regras, normas, espaço físico, infraestrutura, mobiliários, recursos didáticos, relação com a família e comunidade, parcerias, convênios, entre outros); proposta curricular, metodologias, referenciais teóricos que fundamentam as práticas, formas de seleção e organização do conhecimento, bem como eixos e aspectos a serem trabalhados, práticas de planejamento e avaliação (concepção, instrumentos, momentos), organização dos espaços e ambientes, organização dos tempos, as múltiplas relações e interações que se estabelecem entre os diversos atores envolvidos e as diferentes transições na educação infantil e para o ensino fundamental.
 
VII - OBJETIVOS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
OBJETIVO GERAL

Garantir à criança o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, àsaúde, à liberdade, à confiança ao respeito, a dignidade, à brincadeira, à convivência e a interação com outras crianças. 


OBJETIVOS ESPECÍFICO


  • Dar a verdadeira oportunidade para as crianças a se transformarem em cidadãos conscientes de seus direitos e deveres para com a sociedade;
  •  Valorizar a educação como um instrumento de humanização e de interação social; 
  • Promover o respeito aos direitos da criança tendo como referência o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente; 
  • Propiciar a criança ambiente calmo e acolhedor que lhe permita uma descoberta para o amor e a segurança com os quais se cercam; 
  • Respeitar as diversidades de expressões culturais, a identidade e a individualidade; 
  • Fortalecer a participação dos pais nas atividades escolares; 
  • Priorizar o aspecto lúdico e as brincadeiras como processo de aprendizagem; 
  • Estimular o desenvolvimento da criança respeitando o seu nível de maturação; 
  • Proporcionar condições para o desenvolvimento integral e harmônico da criança, em seus aspectos biopsicossocial e cultural respeitando seus interesses e suas necessidades; 
  • Propiciar o acesso a cultura local como uma forma de socializar os valores existentes na comunidade; 
  • Desenvolver projetos e procedimentos que visem estimular uma dinâmica participativa entre profissionais, crianças e família no âmbito da escola; 
  • Promover eventos educativos e culturais; 
  • Despertar nos familiares e moradores próximos o espírito de cooperação de modo a manter em segurança as instalações da instituição; 
  • Trabalhar em parcerias com outros setores da sociedade, através de instrumentos específicos, em acordo com as finalidades e objetivos da escola; 
  • Proporcionar a Formação Continuada em Serviço dos profissionais da Educação Infantil para a reflexão da prática.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Por que temos dificuldade em ignorar o choro de um bebê? Os cientistas descobriram!



Os cientistas descobriram que o cérebro humano está organizado para responder com prontidão ao choro dos bebês, tornando-nos mais atentos e compelindo o corpo para ajudar a criança, mesmo quando não são os nossos filhos.

“O som do choro dos bebês capta a nossa atenção de uma forma que poucos outros sons conseguem”, explica Katie Young, da Universidade Oxford, que conduziu o estudo que procurou a forma como o nosso cérebro processo o choro dos bebês.
 A investigadora mapeou o cérebro de 28 pessoas, enquanto ouviam o som do choro de bebês e de adultos, e de animais em sofrimento, como de gatos a miar e de cães a latir.
 Usando uma técnica para mapear com rapidez as respostas do cérebro, a magnetoencefalografia, Katie Youn registou uma reação imediata do cérebro ao choro dos bebês, seguida de uma intensa atividade, ao fim de uma exposição ao som de 100 milissegundos, a milésima parte de um segundo.
Nenhum outro som provocou uma resposta assim tão intensa, verificou a investigadora. As reações ao choro do bebê ocorrem em duas zonas do cérebro: “no giro médio temporal, a área ativada no processamento de emoções e da linguagem, e no córtex orbifrontal, conhecido pelo papel que desempenha na recompensa e processamento de emoções”.
Existe alguma coisa especial na forma como o choro dos bebês é processado pelo cérebro, nota Young. A atividade imediata nas áreas emocionais do cérebro significa que o som do choro do bebê é “etiquetado” como importante, ainda antes de o cérebro processar o estímulo na totalidade.
Apesar de nenhum dos participantes no estudo ser pai ou ter experiência particular com crianças, responderam de igual forma, após 100 milissegundos de choro de bebê. “Pode ser um resposta fundamental presente em todos nós, independentemente do nosso estatuto parental”, refere Christine Parsons, coautora da investigação.
As investigadoras estudam, também, a forma como o choro dos bebês pode afetar subconscientemente o comportamento humano, através da ativação da área subcortical. Esta é uma das áreas do cérebro mais primitivas e importante no controlo de comportamentos como as resposta “luta ou foge” e outras que permitiram à espécie humana sobreviver em situações perigosas.
Parsons fala de “um modo de alerta” estimulado pelo choro de bebê e que explica por que razão ninguém consegue ficar indiferente ao som. “Quando ouvimos um bebê num avião, ficamos imediatamente alertas, mesmo que não o queiramos ouvir”, diz a investigadora. “É um som que é muito difícil de ignorar”.

Fonte: Em Letra Miúda Jornal de Notícias