I
- APRESENTAÇÃO
O desafio que permanece é o de delimitar o que é
específico da educação infantil. Como traduzir intenções, realizar e promover
interações de modo sistematizado em um projeto educacional e pedagógico para
educação infantil? Como fazer isso de modo simples e, ao mesmo tempo claro?
(Machado, 2004)
A Proposta Pedagógica da Creche e Pré-Escola
Mundo Feliz, situada no município de Riacho da Cruz/RN, é um instrumento
teórico metodológico que procura expressar os resultados das reflexões,
estudos, participação e conclusão coletiva de uma equipe comprometida com os
resultados educacionais e que, ao buscar a identidade para a Educação Infantil
a particulariza perante as demais.
Desta forma, torna-se necessário ter clareza
sobre a força e os limites desta proposta. A sua corporeidade acontece na
interação entre professores, crianças, equipe gestora, pais, funcionários da
instituição e comunidade, pois são sujeitos que dão vida à escola. Na sua
essência compromete indivíduos com uma ideia, com uma prática libertadora,
transformadora. A forma de firmar este compromisso implica planejamento
participativo, dando lugar e sentido a uma ação conduzida pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Dessa forma, a função da Proposta é delinear o
horizonte da caminhada, estabelecendo a referência geral, expressando o desejo
e compromisso do grupo de elaboração em fazer acontecer de fato “o direito de
todos a uma educação de qualidade”.
Partindo dessa premissa a Proposta Pedagógica
como um todo, deve ser compreendida numa perspectiva dinâmica, em constante
reformulação, ainda que algumas partes sejam de “durabilidade” maior, como por
exemplo, o referencial conceitual. Por isso passa a ser vista como um acordo
coletivo envolvendo os diferentes segmentos da comunidade escolar,
explicitando, a curto, médio e longo prazo, as razões e propósitos de seu
compromisso na formação das crianças da Educação Infantil.
A base teórica que sustenta a Proposta ora
apresentada está sintetizada nos ideais das escolas de filosofia, sócio
interacionista construtivista, que se caracterizam por visarem o
desenvolvimento das potencialidades criativas e transformadoras do ser humano,
na diversidade e nos propósitos das escolas inclusivas, que se caracterizam por
não segregarem e/ou discriminarem as crianças sob qualquer pretexto, por
estarem constantemente se aprimorando para atender as necessidades educativas
de todos os aprendizes. Assim sendo, enquanto uma escola INOVADORA precisa
refletir como educar, cuidar e brincar, na Educação Infantil, pode auxiliar no
desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento da criança em
relação a si e ao mundo, num movimento contínuo de aprender a conhecer,
aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Assim, essa Proposta pretende atuar e orientar os
funcionários e comunidade da Creche e Pré-Escola Mundo Feliz, quanto aos
procedimentos essenciais na sua ação educativa. A intenção é que este trabalho
represente uma consistente e significativa contribuição a todos os envolvidos
na Educação Infantil.
II
- INTRODUÇÃO
Delinear uma Proposta Pedagógica para a Educação
Infantil significa pôr Creches e Pré-Escolas diante de atraentes tarefas e
sérios desafios. O modo como estas instituições historicamente se organizaram
reflete o posicionamento que assumiram acerca de sua função social em face de
uma dada representação de criança e de um entendimento de sue processo de
desenvolvimento entre outros fatores.
(Moraes, 2011, p. 181)
A Proposta Pedagógica baseia-se na política
educacional vigente, preconizada pelo Ministério da Educação e na contribuição
de pensadores influentes tais como Piaget, Vygotsky e Wallon, que
consonantemente consideram o desenvolvimento humano como resultante de uma
dupla história, que envolve as condições do sujeito e as sucessivas situações
com as quais ele se envolve e às quais responde num sistema específico de
trocas com o meio.
Ao elaborar este documento, a instituição busca
destacar a sua função principal que é cuidar e educar, consolidando, desta
forma, o seu papel social e viabilizar o sucesso educacional das crianças
assistidas preservando o bem-estar físico e mental; estimulando seus aspectos,
cognitivo, emocional e social.
Na escola infantil, para realizarmos um trabalho
onde a educação e o cuidado estejam presentes, devemos definir esta proposta
pedagógica dentro de princípios éticos, políticos e estéticos.
· Éticos
– Autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum;
· Políticos
– Direitos e deveres do cidadão, exercício da criticidade e respeito a ordem
democrática;
· Estéticos
– Sensibilidade, criatividade, ludicidade e diversidade de manifestações
artísticas e culturais.
Decidimos por uma fundamentação pedagógica que
permita acompanhar o educando em seu desenvolvimento considerando suas
particularidades e ao mesmo tempo oferecendo suporte afetivo e educativo.
Esta Proposta é flexível e será permanentemente
revisada, atualizada e concretizada nos projetos educacionais, planejados
periodicamente. Nela, estão contidas as tendências pedagógicas contemporâneas
utilizadas na educação infantil, bem como, o sistema de estimulação,
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças. As metas aqui
propostas efetivar-se-ão em parceria com toda a comunidade escolar e com o real
comprometimento de todos os profissionais que a elaboraram. Fundamenta-se na
construção de um conhecimento que não é pronto e acabado, mas que está em
permanente avaliação e reformulação, de acordo com os avanços dos principais
paradigmas educacionais da atualidade ou outras alterações que se fizerem
necessárias.
Não deseja ser, portanto um manual de ação
pedagógica, mas um caminho aberto para ser enriquecido pela dinâmica da
prática, tanto nos aspectos estruturais, como nos conteúdos e metodologias
educacionais praticados.
Pretendemos que esta proposta seja impulsora e
condutora do bom desempenho do corpo técnico e administrativo no alcance das
metas e objetivos que a escola se propõe a concretizar durante a sua
trajetória.
A concretização de boas Propostas Pedagógicas em
Creche e Pré-Escola inicia-se pela consideração de que os professores de
Educação Infantil apropriam-se de modelos pedagógicos e de representações
sociais aprendidos em programas de formação profissional ou vividos em suas
experiências profissionais como elementos canalizadores das ações educativas.
III
- POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A
Educação Infantil é primeira etapa da Educação Básica, ofertada por meio do
atendimento em creches, de 0 a 3 anos e 11 meses, pré-escolas de 4 a 5 anos e
11 meses, instituídos em estabelecimentos educacionais públicos ou privados que
educam e cuidam de crianças no período diurno, em jornada integral ou parcial,
regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e
submetidos a controle social.
Da
mesma forma, aprendizagem são construções pessoais em interações com “Outros”
num vínculo genuíno de troca, respeito mútuo e autoria. Espaço onde se cria um
canal mágico do estar com, em conversações internas e externas (informações) e
intervenções que podem possibilitar a mudança, ressignificações e construções
em cada um e em seus diferentes lugares.
As
políticas de educação infantil devem garantir os direitos do aprender, do
cuidar e brincar, dimensões indissociáveis nas práticas educativas com
crianças, bem como se constituir em política de Estado.
IV
- MARCO LEGAL DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Os fundamentos teóricos
e princípios adotados para a construção da Proposta Pedagógica da Creche e
Pré-Escola Mundo Feliz respaldam-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB 9.394/96), Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (DCNEI), Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA).
Neste sentido, refletindo
acerca do contexto histórico da Educação Infantil no Brasil, e da Educação em
uma perspectiva ampla, identificamos que a partir da década de 1980, com o avanço da democratização no país,
observam-se mudanças impulsionadas por mobilização popular, entre elas a luta
pelo direito à educação, este que foi reafirmado com a Constituição Federal de
1988, que também define o atendimento em creches e pré-escolas para crianças de
zero a seis anos de idade como dever do Estado, organizado em sistemas de ensino
nas diferentes esferas administrativas, garantindo o acesso e a permanência na
escola pública, gratuita e de qualidade.
A LDB nº 9.394 de 1996,
em seu Artigo. 29 define a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação
Básica, com a finalidade do desenvolvimento integral da criança de zero a cinco
anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e
social, complementando a ação da família e da comunidade. Ainda, em seu art.
8º, parágrafo 1º, dispõe “Caberá à União a coordenação da política nacional de
educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo funções
normativas, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias
educacionais”.
V
- REGULAMENTAÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL DEFINIDAS PELO CONSELHO ESTADUAL OU
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
A criança de 6 anos de idade passa a integrar o
ensino fundamental de 8 anos de duração, por meio da Lei nº 11.114, de maio de
2005, com garantia de ensino gratuito e obrigatório. No ano seguinte, o ensino
fundamental é ampliado para 9 anos de funcionamento (Lei 11.274/2006).
Após um extenso trabalho de reivindicação dos
movimentos em defesa da Educação Infantil, em junho de 2007 foi criada a Lei
11.494, que passa a incluir as instituições públicas conveniadas com o setor
público no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O Ministério da Educação lançou em
abril de 2007, Decreto
6.094, o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE com a
prioridade de desenvolver uma educação básica de qualidade da creche à
pós-graduação, numa visão sistêmica, que integra os diversos níveis do processo
educacional. Em seu âmbito, cria-se o
Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, em que inaugura um novo regime
de colaboração, conciliando a atuação dos entes federados sem lhes ferir a
autonomia, envolvendo primordialmente a decisão política, a ação técnica e
atendimento da demanda educacional, visando à melhoria dos indicadores
educacionais da educação básica.
Ainda no
PDE cria-se o Programa Nacional de Aparelhagem da Rede Escolar Pública de
Educação Infantil (Proinfância) para construção e compra de equipamento de
creches e escolas de educação infantil. Para tal, em 2007 e 2008 foram
conveniadas 1022; em 2009, mais 700 instituições; em 2010, mais 500
instituições; em 2011 mais 1.500 instituições; com previsão de 6.000
instituições de educação infantil ao todo até o ano de 2014.
Nos
últimos anos, ainda, no âmbito das políticas para a educação infantil, o MEC
realizou a inclusão de acervo da
educação infantil (60 títulos) no Programa Nacional de Biblioteca da Escola
(PNBE); criou programas suplementares de material para a educação infantil;
fortaleceu o Programa Nacional de Alimentação Escolar com a distribuição de
materiais orientadores, elaborados pelo Ministério da Saúde para creches e pré-escolas;
entre outras ações.
A Emenda
Constitucional nº 59/2009, prevê a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e amplia a
abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação
básica.
Em 2009, o Conselho
Nacional de Educação, por meio da Câmara de Educação Básica, fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de caráter mandatório, orientando a formulação de políticas
para a educação infantil, incluindo o planejamento, desenvolvimento e avaliação
pelas unidades de seu Projeto Político-Pedagógico.
As DCNEI determina, ainda, a garantia de cada criança ao acesso a
processos de construção de conhecimentos e a aprendizagem de diferentes
linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito,
à dignidade, à brincadeira, à convivência e interação com outras crianças.
De acordo com o artigo 6º
da Constituição Federal de 1988, Educação e Saúde são direitos sociais. Ambas
são, igualmente, direito de todos e dever do Estado, conforme preconizam os
artigos 196 e 205 desta Constituição.
Tais preceitos constitucionais encontram ressonância
na legislação educacional. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
Lei 9.394/1996 (LDB), dispõe, no Artigo 2º, entre os direitos fundamentais da
criança e do adolescente, o direito à vida e à saúde.
A garantia aos mesmos direitos é preconizada pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei 8.069, de 13 de julho de 1990)
que ademais dispõe em detalhe acerca do atendimento necessário à mãe gestante,
à parturiente, à criança e ao adolescente, definindo obrigações para o poder
público e o Sistema Único de Saúde - SUS, entre outros agentes.
Outrossim, o parecer do
Conselho Nacional de Educação para as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil corrobora com esse
direito quando determina
“As instituições de
Educação Infantil devem assegurar a educação em sua integralidade, entendendo o
cuidado como algo indissociável ao processo educativo”. E, ainda: “As práticas
envolvidas nos atos de alimentar-se, tomar banho, trocar fraldas e controlar os
esfíncteres, na escolha do que vestir, na atenção aos riscos de adoecimento
mais fácil nessa faixa etária, no âmbito da Educação Infantil, não são apenas
práticas que respeitam o direito da criança de ser bem atendida nesses
aspectos, como cumprimento do respeito à sua dignidade como pessoa humana. Elas
são também práticas que respeitam e atendem ao direito da criança de apropriar-se,
por meio de experiências corporais, dos modos estabelecidos culturalmente de
alimentação e promoção de saúde, de relação com o próprio corpo e consigo
mesma, mediada pelas professoras e professores, que intencionalmente planejam e
cuidam da organização dessas práticas”.
Assim sendo, de acordo
com o marco legal, as crianças passam a ser inseridas na perspectiva dos
direitos humanos à saúde, cuidado, alimentação, entre outros, bem como a
participação na vida social e cultural em que está inserida.
VI
- PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
A Proposta Pedagógica é
o plano orientador das ações da instituição e define metas que se pretende para
a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educados e
cuidados. É elaborado num processo coletivo, com a participação da direção, dos
professores e da comunidade escolar.
A proposta pedagógica
das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança
acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e
aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à
saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à
convivência e à interação com outras crianças (Res CNE/CEB nº 5/2009, art.8º).
As propostas
pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do
planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações,
relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e
coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo
cultura. (Res CNE/ nº 5/2009, art.4º).
A proposta pedagógica
revela o contexto, a história, os sonhos, os desejos, as crenças, os valores,
as concepções, indicando os princípios e as diretrizes que orientam a ação de
educar as crianças. Revela ainda as formas de organização, planejamento,
avaliação, as articulações, os desafios e formas de superá-los. Uma vez que o
processo de constituição de identidades é dinâmico, a mesma está sempre num
movimento de construção e reconstrução. Toda instituição implementa uma
proposta pedagógica por meio de práticas e ações.
O Projeto
Político-Pedagógico (PPP) ou Proposta Pedagógica deve ser organizado,
respeitando as exigências das Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação
Infantil (DCNEI) de forma a contemplar:
· Aspectos
políticos e filosóficos, que explicitem o histórico e a contextualização
sócio-político cultural da instituição; os objetivos do trabalho; as concepções
de criança, de Educação Infantil, aprendizagem, desenvolvimento, infância,
educar e cuidar, diversidade e pertencimento;
· Aspectos
da estrutura e funcionamento da instituição e da prática pedagógica cotidiana:
organização e gestão do trabalho educativo (critérios de matrícula, enturmação,
recursos humanos e formação inicial e continuada, seus papéis no processo
educativo, regras, normas, espaço físico, infraestrutura, mobiliários, recursos
didáticos, relação com a família e comunidade, parcerias, convênios, entre
outros); proposta curricular, metodologias, referenciais teóricos que
fundamentam as práticas, formas de seleção e organização do conhecimento, bem
como eixos e aspectos a serem trabalhados, práticas de planejamento e avaliação
(concepção, instrumentos, momentos), organização dos espaços e ambientes,
organização dos tempos, as múltiplas relações e interações que se estabelecem
entre os diversos atores envolvidos e as diferentes transições na educação infantil
e para o ensino fundamental.
VII
- OBJETIVOS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
· OBJETIVO GERAL
Garantir à criança o
acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e
aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à
saúde, à liberdade, à confiança ao respeito, a dignidade, à brincadeira, à
convivência e a interação com outras crianças.
· OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Dar
a verdadeira oportunidade para as crianças a se transformarem em cidadãos
conscientes de seus direitos e deveres para com a sociedade;
- Valorizar
a educação como um instrumento de humanização e de interação social;
- Promover
o respeito aos direitos da criança tendo como referência o disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente;
- Propiciar
a criança ambiente calmo e acolhedor que lhe permita uma descoberta para o
amor e a segurança com os quais se cercam;
- Respeitar
as diversidades de expressões culturais, a identidade e a individualidade;
- Fortalecer
a participação dos pais nas atividades escolares;
- Priorizar
o aspecto lúdico e as brincadeiras como processo de aprendizagem;
- Estimular
o desenvolvimento da criança respeitando o seu nível de maturação;
- Proporcionar
condições para o desenvolvimento integral e harmônico da criança, em seus
aspectos biopsicossocial e cultural respeitando seus interesses e suas
necessidades;
- Propiciar
o acesso a cultura local como uma forma de socializar os valores existentes na comunidade;
- Desenvolver
projetos e procedimentos que visem estimular uma dinâmica participativa
entre profissionais, crianças e família no âmbito da escola;
- Promover
eventos educativos e culturais;
- Despertar
nos familiares e moradores próximos o espírito de cooperação de modo a
manter em segurança as instalações da instituição;
- Trabalhar
em parcerias com outros setores da sociedade, através de instrumentos
específicos, em acordo com as finalidades e objetivos da escola;
- Proporcionar
a Formação Continuada em Serviço dos profissionais da Educação Infantil
para a reflexão da prática.
VIII - HISTÓRICO DA CRECHE E PRÉ-ESCOLA MUNDO FELIZ
A Creche e Pré-Escola
Mundo Feliz, localiza-se na zona urbana do Munícipio de Riacho da Cruz – RN, na
Av. São Pedro, N° 885, Bairro Centro, em uma área bastante arborizada. É
registrada no INEP através do N° 24019461.
Esta Instituição foi
fundada em 19 de Abril de 1982, na gestão do então Prefeito Sr. Geraldo Gurgel
de Amorim, onde recebeu o nome de Projeto Casulo, implantado pela LBA – Legião
Brasileira de Assistência, órgão federal da Assistência Social, para atender
somente às crianças de famílias carentes, onde sua finalidade era focada apenas
na parte nutricional, social e recreativa. Seu regime de funcionamento
distribuía-se em dois (02) turnos: Matutino e Vespertino para atender uma
demanda de 68 crianças. Sua estrutura física era 01 diretoria, 02 salas de
aula, 01 sala de recreação, 01 cozinha com refeitório e 01 banheiro. Sua
primeira administração foi a Professora Francisca Fernandes da Silva sob a
orientação da Assistente Social Luzinete Freitas Torres, ambas nomeadas pela
Prefeitura de Riacho da Cruz.
A partir de 1983, como
não havia outra Unidade de Educação Infantil, o Poder Público Municipal
expandiu o atendimento da Instituição, para que todas as crianças com a idade
da Educação Infantil, sem restrição de classe social, pudessem ser
matriculadas.
Em 1988, o regime de
funcionamento passa por mudança, o horário passou a ser integral, atendendo a
uma Política voltada cada vez mais a suprir a carência nutricional das crianças
de baixa renda, permanecendo assim até o ano 2000, voltando mais uma vez a
funcionar em dois turnos.
Com a extinção dos
“Projetos Casulos”, a Instituição passa a ser denominada em 1998 de Creche e
Pré-Escola Mundo Feliz.
Atualmente a
Instituição tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança a partir
de 01 ano e 06 meses a 05 anos e 11
meses de idade, visando um trabalho voltado à socialização, ao cuidar e ao
educar simultaneamente, priorizando todos os aspectos, desde o físico, o
psicológico, o intelectual ao social, e ainda complementando-se com a ação
familiar e comunidade, conforme a Lei de Diretrizes e Bases – LDB, em seu Art.
29. Nesse sentido, temos como principio compreender a infância e reconhecer a
criança, numa perspectiva de educação para a cidadania que reflita na qualidade
de formação do ser humano que interage ativamente com o meio em que vive.
A referida Instituição
utiliza-se de teorias pedagógicas, em seu processo de ensino e aprendizagem,
tendo como parâmetro a linha socioconstrutivista e interacionista.
Contamos com uma clientela
escolar composta de 205 crianças pertencentes às classes média e baixa,
funcionando em dois (02) turnos, por médias iguais de idades, distribuídas em
duas etapas: Creche, que compreende o Maternal I e II e Pré-Escola,
compreendendo o Pré I e II.
Frente à gestão da
Creche, desde sua fundação, além da primeira gestora já citada anteriormente,
elencamos as senhoras Rita Fernandes Rocha, Alaíde Pereira de Menezes Silvano,
Maria Elcivânia Melo de Paiva Rêgo, Benta Suely de Paiva Rêgo e Maria de Fatima
Araújo de Medeiros Pereira, já atuando pela segunda vez.
Hoje a Escola está
constituída fisicamente de 01 diretoria/secretaria, 04 salas de aula, 01 sala
de recreação, 01 cozinha, 01 deposito, 05 banheiros e áreas livres cobertas,
onde se desenvolve atividades lúdico-culturais.
O quadro de recursos
humanos compreende 08 professores, 10 auxiliares bolsistas, diretora, 02
coordenadoras pedagógicas, 01 secretária, 01 auxiliar de secretaria, 02
digitadores bolsistas, 11 ASG e 02 porteiros bolsistas. Devendo o mesmo ser
ampliado a partir de 2013, ano em que a instituição funcionará nas novas
instalações do programa PróInfância.
A Escola dispõe de
Regimento Interno, em fase de atualização; de uma Unidade Executora (Caixa
Escolar) e o Projeto Político Pedagógico em construção.
Riacho da Cruz – RN, 31/07/2012.
IX
- CONTEXTO DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL E DA COMUNIDADE
A nossa clientela
compõe-se de crianças com diferentes níveis e histórias de vida pertencentes à
famílias de classe baixa e média onde a maioria dos pais trabalham fora nos
mais diversos setores, como residências, comércio, prefeitura, estado,
construção civil, dentre outros. A mesma está inserida num contexto em que os
filhos, por vários motivos, não têm os pais presentes no seu dia-a-dia ou até mesmo
não os têm presentes em suas vidas, dificultando assim, o seu desenvolvimento
no processo ensino aprendizagem.
Essa
desestruturação familiar verificada em nossa comunidade escolar tem como
fatores preponderantes: o desemprego, a baixa renda familiar, pais separados,
violência doméstica, alcoolismo, etc.(diagnóstico escolar). Diante disso, a
escola se torna o espaço necessário para agregar estas crianças.
A
nossa escola é a única a ofertar a modalidade de educação infantil no
município. Atualmente atende crianças de 1 ano e 6 meses a 5 anos, em 4 turmas
por turno, desenvolvendo uma educação com o planejamento de atividades
pedagógicas inerentes a faixa etária. Porém nos deparamos com um problema sério
quanto ao espaço para desenvolver as atividades, pelo fato da estrutura física
ser muito restrita, o que será corrigido quando do seu funcionamento nas novas
instalações, na Creche PróInfância, em 2013, quando ampliará o atendimento para
a faixa etária a partir de 4 meses. Esta é a nossa maior meta.
Quanto aos professores,
há certa rotatividade que esperamos minimizar através de Concurso Público
previsto pelo Poder Público Municipal, assegurado no Plano de Cargos e
Carreiras e pelo Orçamento Público do município.
Atualmente a
instituição está inserida numa região onde predominam residências de pequeno e
médio porte e encontra-se próxima ao Cemitério local.
Brevemente a
instituição mudará para as novas instalações da Creche Modelo do Proinfância,
localizada em meio a poucas residências, quase todas de porte médio, ficando
próxima a uma pequena fábrica artesanal de bolos.
A população anseia por
uma escola de Educação Infantil que venha a contribuir na formação da criança,
favorecendo oportunidades a serem incentivadas pelos educadores, a examinar,
explorar, construir significações, possibilitando o ensino de qualidade.
Os pais e comunidade
são participativos nos eventos que a escola oferece, contribuindo assim para o
melhor desenvolvimento da instituição.
Apesar dos problemas, acreditamos que
com a formação continuada para professores, o trabalho em equipe, a parceria
com os pais e a SMEC, possamos oferecer um ensino de qualidade para as crianças
desta comunidade.
X
- QUEM SÃO OS SEUS ELABORADORES
A elaboração da
Proposta Pedagógica da Creche e Pré-Escola Mundo Feliz contou com a
participação de todos os segmentos da escola, professores, gestores,
merendeiras, coordenadores pedagógicos, família, líderes comunitários,
representante do Conselho Municipal de Educação, entre outros, levando-se em
consideração os interesses e necessidades das crianças, tendo em vista que a
elaboração, implementação e avaliação do trabalho educativo é tarefa de toda a
comunidade escolar, numa relação de parceria, de trocas, de corresponsabilidade
no cuidar e educar das crianças, para que haja coerência nas ações entre eles
e, dessa forma, a criança seja beneficiada.
Foi indispensável a
comunicação com a família, a reflexão acerca das etapas do desenvolvimento
humano, sobre a proposta pedagógica institucional, sobre a inclusão e a diversidade
num processo de intercâmbio e trocas constantes considerando as expectativas,
vivências e concepções da família em relação à educação e aos cuidados para com
as crianças.
XI
- PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PROPOSTA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ü Contexto: porque diz respeito a uma
instituição específica, situada numa determinada realidade, envolvendo
crianças, famílias e profissionais concretos;
ü Organização:
porque prevê a organização do trabalho com crianças de 0 a 5 anos e 11 meses
numa instituição educativa;
ü Intencionalidade: porque esse trabalho prevê
metas e objetivos em relação à formação das crianças, numa ação à da família e
da comunidade;
ü Unidade:
porque, a proposta pedagógica deve buscar uma unidade de concepções e de formas
de conduzir o trabalho, que estas sejam coerentes com as concepções;
ü Coerência:
porque prevê uma busca constante de coerência entre o que acreditamos e o que
fazemos;
ü Consistência:
porque é um trabalho fundamentado não apenas nas crenças e experiências
daqueles envolvidos na instituição, mas também nos conhecimentos produzidos na
área;
ü Consciência:
porque é um trabalho profissional e para desenvolvê-lo devemos ter consciência
do que fazemos, para que fazemos e de como fazemos;
ü Participação:
porque prevê o envolvimento dos profissionais, crianças e famílias que compõem
a instituição de Educação Infantil;
ü Compromisso:
porque aqueles que participam de sua elaboração devem se comprometer com a
implementação das questões registradas na proposta pedagógica, avaliando-as
continuamente.
ü Provisoriedade: porque a proposta pedagógica
de uma instituição é sempre provisória, estando sempre num movimento de
construção e reconstrução.
XII - REFERENCIAL
CONCEITUAL
“Primeira etapa da
educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se caracterizam
como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos
educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos
de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e
supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a
controle social. É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil
pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.”
A educação infantil é
um direito humano e social de todas as crianças até seis anos de idade, sem
distinção alguma decorrente de origem geográfica, caracteres do fenótipo (cor
da pele, traços de rosto e cabelo), da etnia, nacionalidade, sexo, de
deficiência física ou mental, nível socioeconômico ou classe social.
Todas as instituições
de educação infantil localizadas em um município, tanto as públicas quanto as
privadas, integram o respectivo sistema de ensino estadual, distrital ou
municipal (LDB, art. 18, incisos I e II).
Esse tratamento
integral dos vários aspectos do desenvolvimento infantil evidencia a
indissociabilidade do educar e cuidar no atendimento às crianças. A educação
infantil, como dever do Estado é ofertada em instituições próprias – creches
para crianças até 3 anos e pré-escolas para crianças de 4 e 5 anos – em jornada
parcial ou integral, por meio de práticas pedagógicas cotidianas.
Essas práticas devem
ser intencionalmente planejadas, sistematizadas e avaliadas em um projeto
político-pedagógico (proposta curricular), que deve ser elaborado com a
participação da comunidade escolar e extra-escolar e desenvolvido por
professores habilitados. A educação infantil ocorre em espaços institucionais,
coletivos, não domésticos, públicos ou privados, caracterizados como
estabelecimentos educacionais e submetidos a múltiplos mecanismos de
acompanhamento e controle social.
“Sujeito histórico e de
direitos, que nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia,
constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a
natureza e a sociedade, produzindo cultura”.
É preciso que se
compreendam crianças, jovens e adultos inseridos na história e na cultura e
produtores de história e cultura, que se concebam a infância e a adolescência
como categorias sociais e não fases efêmeras que precisam ser aligeiradas em
nome da modernidade e de sua ânsia de futuro e superação.
É preciso ainda
compreender e respeitar a criança, o jovem, o adulto nas suas particularidades
e diferenças, garantindo uma mesma atitude frente às desigualdades, a opressão,
ao autoritarismo, a discriminação de gênero, o racismo e tantas outras formas
de preconceito sempre contrárias à democracia. Porém, para que essa
multiplicidade não se esgote numa simples diversidade, é preciso que se forje
também uma sintonia. Construir a unidade na diversidade e contra a desigualdade
– eis um desafio para a construção de uma proposta pedagógica que aposte na
seriedade e na qualidade, também um pressuposto para orientar essa avaliação.
“Conjunto de práticas
que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental,
científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de
crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade”.
O currículo da Educação
Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as
experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do
patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a
promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade (Res
CNE/CEB nº 5/2009, art. 3º). Intencionalmente planejadas e permanentemente
avaliadas, as práticas que estruturam o cotidiano das instituições de Educação
Infantil devem considerar a integralidade e indivisibilidade das dimensões
expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural
das crianças, apontar as experiências de aprendizagem que se espera promover
junto às crianças e efetivar-se por meio de modalidades que assegurem as metas
educacionais de seu projeto pedagógico (Parecer CNE/CEB nº 20/2009, pág. 6).
As propostas
curriculares da Educação Infantil devem garantir que as crianças tenham
experiências variadas com as diversas linguagens, reconhecendo que o mundo no
qual estão inseridas, por força da própria cultura, é amplamente marcado por
imagens, sons, falas e escritas. Nesse processo, é preciso valorizar o lúdico,
as brincadeiras e as culturas infantis (Parecer CNE/CEB nº 20/2009, pág. 6).
Definir
o brincar como uma atividade que dá prazer à criança é incorreto por duas
razões: muitas atividades dão a criança experiências de prazer mais intensas,
como por exemplo: chupar a chupeta; existem jogos nos quais a própria atividade
não é agradável igual a jogos que só dão prazer à criança se ela considerar o
resultado interessante (quando não perde).
Entende-se
que o brincar preenche necessidades da criança, aquilo que é motivo para ação.
A criança satisfaz certas necessidades no brinquedo. Se ignorarmos as
necessidades da criança e os incentivos que são eficazes para colocá-la em
ação, nunca seremos capazes de entender seu avanço de um estágio do desenvolvimento para outro, porque todo
avanço está conectado com uma mudança acentuada nas motivações, tendências e
incentivos.
Para os bebês, por
exemplo, é necessário um número maior de um mesmo tipo de brinquedo e/ou material,
pois ainda é difícil para eles entenderem que devem compartilhar as coisas na
sala. A rotatividade destes, em sala, é igualmente imprescindível e deve ser
feita criteriosa e o mais frequentemente possível ou de acordo com a demanda
das crianças.
Nesse
sentido, pode-se perguntar: que necessidades a criança tem? Se não entendermos
o caráter especial dessas necessidades, não podemos entender a singularidade do
brinquedo como uma forma de atividade. A tendência da criança é satisfazer seus
desejos imediatamente. Entretanto na pré-escola surge uma grande quantidade de
tendências e desejos não possíveis de serem realizados imediatamente.
O
brincar parece ser inventado justamente quando as crianças começam a
experimentar tendências irrealizáveis. Como exemplo ocupar o papel de sua mãe,
quando não consegue pode ficar mal humorada. Para resolver essa tensão, a
criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os
desejos não realizáveis podem ser realizados e esse mundo é o que chamamos de
brincar.
Se
todo brincar é realização, a realização na brincadeira das tendências que não
podem ser imediatamente satisfeitas, então os elementos das situações
imaginárias se constituirão automaticamente, uma parte da atmosfera emocional
do próprio brinquedo.
Da
mesma forma que numa situação imaginária tem que conter regras de
comportamento, todos os jogos com regras contem uma situação imaginária. O jogo
mais simples com regras transforma-se imediatamente numa situação imaginária,
no sentido de que, assim que o jogo é regulamentado por certas regras, várias
possibilidades de ação são eliminadas.
A
ação numa situação imaginária ensina a criança a dirigir seu comportamento não
somente pela percepção imediata dos objetos ou pela situação que a afeta de
imediato, mas também pelo significado dessa situação.
Um
estágio vital de transição em direção à operação com significados ocorre quando
pela primeira vez, a criança lida com os significados como se fossem objetos
(como por exemplo, ela lida com o cabo de vassoura pensando ser um cavalo).
Numa
fase posterior a criança realiza esses atos de forma consciente. Nota-se essa
mudança, também no fato de que, antes da criança ter adquirido linguagem
gramatical e escrita, ela sabe como fazer várias coisas sem saber que sabe, ou
seja, ela não domina essas atividades voluntariamente. No brincar,
espontaneamente, a criança usa sua capacidade de separar significado do objeto
sem saber o que está fazendo, da mesma forma que ela não sabe estar falando em
prosa e, no entanto, ela fala, sem prestar atenção as palavras.
Em
síntese, pode-se afirmar que o brincar cria na criança uma nova forma de
desejos, ensina-a a desejar, relacionando seus desejos a um “eu” fictício, ao
seu papel no jogo e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma
criança são conseguidas no brincar, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu
nível básico de ação real e moralidade.
Brincar é vital para a
criança. A brincadeira tem uma função lúdica que estimula a imaginação da
criança. Por meio do brincar é que a criança vai significar e ressignificar o
real, tornar-se sujeito e partícipe.
A brincadeira é um
espaço de aprendizagem, de imaginação e reivindicação da realidade.
Desde muito cedo, as
crianças envolvem-se em diferentes brincadeiras. O brincar é uma das atividades
fundamentais para o desenvolvimento das crianças pequenas. Por meio das
brincadeiras, a criança pode desenvolver algumas capacidades importantes, tais
como: a atenção, a imitação, a memória e a imaginação. Ao brincar, as crianças
exploram e refletem sobre a realidade e a cultura na qual vivem,
incorporando-se e, ao mesmo tempo, questionando regras, papéis sociais e
recriando cultura. Nos jogos de faz de conta, por exemplo, a criança recria
situações que fazem parte de seu cotidiano, trazendo personagens e ações que
fazem parte de suas observações.
O modo como as crianças
vão se apropriar dos objetos que são colocados a sua disposição para brincar e
os enredos que vão criar a partir deles depende da cultura na qual a criança
está inserida. A criança aprende a brincar com os outros membros de sua
cultura.
Primeiramente com os
mais próximos e, à medida que cresce e se desenvolve, vai ampliando seu rol de
relações. Suas brincadeiras são repletas de hábitos, valores e conhecimentos do
grupo social ao qual pertence. Por isso dizemos que a brincadeira é histórica e
socialmente construída.
Ou seja, a criança
utilizará as experiências que vive em sua comunidade – os valores que circulam
as tradições, os personagens do folclore típico da localidade.
Por
último cabe ressaltar que o brincar é, acima de tudo, um direito da criança e
como tal deve ser respeitado. Constitui-se em um dos dois eixos de trabalho
preconizado pelas DCNEI. Portanto, a unidade de educação infantil não pode
deixar de oferecer momentos do brincar as crianças pequenas, pois estaria
impedindo o processo de aprendizagem.
A brincadeira não é uma
atividade que a criança já nasce sabendo. Brincar implica troca com o outro,
trata-se de uma aprendizagem social. Nesse sentido, a presença do professor é
fundamental, pois será ele quem vai mediar as relações, favorecer as trocas e
parcerias, promover a integração, planejar e organizar ambientes instigantes
para que o brincar possa se desenvolver.
O professor precisa
refletir sobre a importância e o papel das brincadeiras no seu trabalho. Deve
fazer de todas as atividades de educar e cuidar um brincar: no banho, nas
trocas, na alimentação, na escovação dos dentes, na contação de histórias, no
cantar, no relacionar. Brincar dá à criança oportunidade para imitar o
conhecido e construir o novo.
“Se as interações sociais e educativas
pressupõem a manifestação e o confronto de diferentes ideias, não cabe, sob
nenhuma hipótese, colocar apenas sobre os ombros do professor a tarefa de
promovê-las. De nada adianta um professor competente e criativo atuando em uma
escola autoritária, rígida e hierárquica. Professores que exerçam efetivamente
o papel de mediadores entre alunos e conhecimento, facilitando a aproximação
dos primeiros ao segundo são absolutamente necessários. De igual forma, é
absolutamente imprescindível que a organização escolar se transforme para
acolher as interações educativas que nela se passam. Assim, se a construção de
conhecimentos se dá na interação social – entre professores e alunos e entre os
próprios alunos – faz-se urgente refletir sobre a estrutura e o modo de
funcionamento da escola, buscando fazer dela um espaço onde o saber socialmente
construído seja de fato socialmente distribuído...”
É a escola que integra
e inclui a todos. Que consegue fazer com que todos e cada um no seu nível,
possibilidades e limitações, consigam aprender e se desenvolver integralmente;
que respeita as diferenças; que cria um ambiente rico com diferentes estímulos
para aprender o mesmo objeto, tendo em vista as diferenças.
Os grandes desafios
para construir a escola inclusiva são: a formação do professor para ações
educativas inclusivas; a parceria das famílias para esse trabalho; os espaços,
recursos e materiais didáticos adaptados para atender às diferenças; e a
construção de uma proposta pedagógica que contemple as diferenças,
diversificando as experiências com estímulos diferentes.
As crianças devem estar
todas juntas aprendendo. A diferença é um fator importante para os processos de
aprendizagem e desenvolvimento, pois eles se tornam mais efetivos quando se tem
a oportunidade de realizar trocas com pares em níveis de aprendizagens e
desenvolvimento diferentes, gerando novos desafios e contribuindo para que as pessoas
avancem em suas conquistas.
- FUNÇÃO
SOCIAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL
“....reconhecer o papel
social da pré-escola (educação infantil) significa reconhecer como legítimos e,
mais do que isso, assumir junto com a escola pública, a tarefa de universalização
dos conhecimentos. Reconhecer o papel social da pré-escola (educação infantil)
significa compreender que ela tem função a função de contribuir com a escola.
Nem inútil, nem incapaz de resolver todos os problemas futuros, nem tampouco
importante em e por si mesma, a pré-escola (educação infantil) tem sim, como
papel social o de valorizar os conhecimentos que as crianças possuem e garantir
a aquisição de novos conhecimentos, exercendo o que me acostumeis a chamar de
função pedagógica da pré-escola (educação infantil), para diferenciá-la das
demais ( in Souza, S. J. & kramer, S –Educação ou Tutela, 1991, pag.52)”
Desta forma,
evidencia-se:
ü Considerar
o universo cultural da criança;
ü Não
considerar unicamente os aspectos do desenvolvimento cognitivo, organizados em
áreas de conhecimento compartimentadas conforme as disciplinas escolares,
visando a alfabetização;
ü Não
separar o conhecer do desenvolver;
ü Valorizar
o jogo e o brinquedo como atividades fundamentais da criança;
ü Valorizar
as interações: criança com o objeto do conhecimento, criança com criança (de
diferentes idades/grupos na própria unidade escolar, criança com adultos,
crianças e suas famílias; crianças e demais profissionais de educação da
escola);
ü Articular
as atividades relativas ao cuidado às atividades da função pedagógica;
ü Considerar
de fato a criança como um ser social, produtor de cultura.
A dimensão do cuidado deve receber especial atenção na Proposta
Pedagógica, em especial com as crianças da faixa etária compreendidas entre 0 e
36 meses de idade. Cuidado refere-se a uma postura de respeito às necessidades
integrais da criança, observando o conforto, a alimentação, a socialização, os
momentos de repouso, e, também, respeito às necessidades emocionais e
características individuais.
Cabe destacar que a ênfase para o cuidado não significa abrir mão da
dimensão educativa, presente no binômio educar e cuidar. A criança tem direito
ao conhecimento, e ao reconhecimento de si mesma como um sujeito que integra
suas várias dimensões, biopsicossocial.
Cuidar e educar envolve amor, afetividade,
criatividade, estudo, dedicação, cooperação, conhecimento dos aspectos
biológicos e maturacionais da criança e respeito às necessidades e singularidades
de cada um. É importante ressaltar que as necessidades da criança devem ser
observadas, ouvidas, respeitadas e atendidas pelo/pela professor/a, para que em
parceria com as demais pessoas que compõem a comunidade escolar (direção,
servidores, pais e comunidade) proporcionem condições ao desenvolvimento
integral da criança. Para tanto, o ambiente da creche deve ser rico de
experiências para exploração ativa, compartilhadas por crianças e adultos, em
que as relações sociais estabelecem o diálogo como forma de construção do
conhecimento.
A instituição educacional, que atende crianças nessa
faixa etária, na perspectiva da construção de uma sociedade mais democrática e
pluralista, deve se pautar por uma estrita relação com a família, procurando
entender e respeitar os diferentes tipos de família, seu histórico, sua
cultura, propiciando um diálogo aberto considerando-as como interlocutoras e
parceiras no processo educativo infantil.
É importante salientar que a criança ao ingressar na
creche vive um momento de separação, sai de um ambiente familiar, em que normalmente
já reconhece as pessoas com as quais convive para um ambiente desconhecido para
ela. Essa situação requer preparo do/da professor/a, paciência e
disponibilidade da família, para que a adaptação aconteça de forma não
conflituosa. Nos primeiros dias, é fundamental que algum membro de sua família
permaneça por perto durante certo período, o que será reduzido
gradativamente. O/A professor/a deve
encontrar diferentes maneiras para que a criança interaja com as pessoas com as
quais ela passará a conviver. Durante esse período de adaptação, objetos
pessoais da criança como: chupeta, fraldinha, ursinho etc. podem fazê-la
sentir-se mais segura.
Para que nessa etapa de ensino, o trabalho se dê com
qualidade é preciso organizar o espaço, os materiais e o tempo. O espaço físico
deve ser acolhedor, aconchegante e seguro e, ao mesmo tempo promotor de
aprendizagem. Os materiais precisam ser estimuladores e adequados à faixa
etária e o tempo deve ser flexível, respeitando as fases de desenvolvimento das
crianças. A pessoa que cuida e educa deve usar um tom de voz suave,
transmitindo tranquilidade e segurança.
Uma das preocupações básicas das atividades de
cuidado pessoal é com a saúde. Esta deve ser entendida como o bem-estar físico,
psicológico e social do sujeito. Ressalta-se que a higiene e a boa alimentação
são alguns dos principais recursos para a manutenção da saúde, especialmente
quando se trata de viver em uma coletividade composta de adultos e crianças.
Saúde também depende do prazer e da alegria que, em crianças, muitas vezes se
manifesta pela liberdade para brincar e se sujar enquanto brinca.
Fazer da creche um ambiente saudável deve ser
objetivo de toda a equipe gestora. Esta tarefa implica em alguns cuidados
gerais como: estabelecer um controle de qualidade da água e dos alimentos,
tratar da caixa de água e tanque de areia e avaliar constantemente seus
próprios hábitos higiênicos. Se a creche não pode contar com profissionais de
saúde, pode estabelecer contato com o posto de saúde mais próximo,
buscando
orientação e/ ou supervisão para estas tarefas.
O berçário requer maior atenção quando se refere à
saúde, principalmente se os educadores se propõem a oferecer maior liberdade de
exploração e locomoção aos bebês. Sem dúvida isso exige maior atenção e esforço
quanto à higienização do ambiente, dos utensílios e dos brinquedos. Para todas
as faixas etárias atendidas na creche é necessário preservar um ambiente de
convivência, cuidando de sua organização e limpeza.
Segundo Barbosa e Horn (apud CRAIDY e KAERCHER
2001), as atividades diárias da creche devem ser planejadas, prevendo: horário
de chegada e saída das crianças, alimentação, higiene corporal e bucal,
repouso, brincadeiras, músicas, atividades psicomotoras, jogos diversificados
(como o de faz de conta, os jogos imitativos etc.), exploração de materiais
gráficos e plásticos (os livros de histórias, revistas e brinquedos diversos),
dentre outros. As autoras ressaltam que essas atividades devem estar pautadas
na criatividade, estimulação, imaginação, de forma a promover as diferentes
linguagens expressivas da criança.
Para que a estruturação espaço-temporal tenha
significado, Barbosa e Horn (ibid, 2001) acreditam ser de fundamental
importância que o/a professor/a conheça como as crianças brincam, como as brincadeiras
se desenvolvem, o que mais gostam de fazer, em que espaços preferem ficar, o
que lhes chama mais a atenção, em quais momentos do dia estão mais tranquilas
ou mais agitadas. Tais informações ajudarão o/a professor/a a planejar os
momentos adequados para o desenvolvimento das atividades, conforme a
pré-disposição da criança.
As atividades de banho, higiene e alimentação
possibilitam estabelecer uma boa relação afetiva com a criança, pois estes
momentos constituem-se em um ato educativo privilegiado.
O olhar estabelece uma
troca de sentimentos de confiança (ou desconfiança), manifesta carinho e
compreensão, (ou indiferença e raiva), desperta entusiasmo e alegria (ou inibe
e amedronta); o toque da mão do adulto pode transmitir segurança ou medo, entrega
ou retraimento (...) o ato de dar banho, trocar a fralda, vestir e pentear o
cabelo são gestos de comunicação humana entre o adulto e a criança nos quais há
uma troca profunda de sentimentos e, portanto, de organização mental, de
estruturação interior, de formação da auto-imagem, (...) a fala do adulto
inicia a criança na linguagem, pois vai dizendo o que ela faz, o que as outras
estão fazendo, o que sentem, e, assim, vai mediando os atos por meio da
linguagem.
Não há um conteúdo
educativo na creche desvinculado dos gestos de cuidar. Não há um ensino, seja
um conhecimento ou um hábito, que utilize uma via diferente da atenção
afetuosa, alegre, disponível e promotora da progressiva autonomia da criança.
(DIDONET, 2003, p. 9)
Posto isso, é imprescindível o conhecimento, por
parte do/da professor/a, de como ocorre o desenvolvimento da criança, a fim de
que o mesmo possa propor atividades adequadas e estimulantes. Nessa
perspectiva, estão elencadas algumas orientações gerais, sem a pretensão de
restringir a faixa etária ou as descrições feitas. É importante salientar que o
ritmo de desenvolvimento varia de criança para criança, sendo as
especificidades descritas abaixo tidas apenas como uma referência.
·
4
meses: o bebê grita forte e demonstra preferência por brinquedos.
Também ri bastante, expressa desagrado e reconhece a voz dos familiares. Nessa
fase, o bebê tem sua capacidade visual aumentada, ganha o controle sobre os
músculos e nervos da face (envolvidos na visão, audição, paladar, sucção,
deglutição e olfato), e fica em pé quando segurado pela cintura. Ele explora
objetos com a boca e balança brinquedos sonoros.
·
5
meses: nessa fase, o bebê começa a desenvolver o comando
dos músculos do pescoço, da cabeça e move seus braços intencionalmente. Imita
caretas, segura objetos com firmeza e consegue se arrastar para pegá-los. Chupa
os dedos dos pés e brinca com eles. Além disso, percebe o barulho dos
brinquedos e fica atento para o que acontece ao seu redor. Balbucia,
movimenta-se com mais agilidade e pode rolar, esforça-se para sentar, consegue
discernir uma voz doce de uma áspera e demonstra com expressão facial algo que
lhe desagrada. Chacoalha brinquedos, brinca de esconder e transfere objetos de
uma mão para a outra.
·
6
meses: o bebê ganha controle do tronco e das mãos. Tudo o
que pega ainda leva à boca. Olha quando é chamado e podem nascer os primeiros
dentinhos. Ao final do sexto mês, fica sentado. Balbucia monossílabos
associados com figuras e gosta de brincar de esconder. Demonstra grande
interesse pelas mãos. Já estica os braços para pedir colo e elege o brinquedo
favorito.
·
7
meses: grita, ri alto e ensaia engatinhar. Adora mudar
objetos de uma mão para outra e levanta os braços em saudação. Também tem
reações de estranheza a pessoas e objetos não conhecidos e sente medo. Repete
os próprios sons.
·
8
meses: o controle muscular se estende às pernas e aos pés
do bebê, assim como aos dedos indicadores e polegares, para permitir pegar
pequenos objetos. Ganha força no quadril e alguns conseguem engatinhar. Já
senta sozinho, estranha pessoas. Adquire mais dois dentinhos, começa a entender
o significado do não e consegue ficar de pé com apoio. Segura objetos com a
ponta dos dedos, bate palmas e coloca vários brinquedos dentro de uma caixa.
Manifesta sentimentos de raiva quando é contrariado.
·
9
Meses: consegue engatinhar bem e adquire mais força nos
pés. Passa a manifestar de forma mais clara sua personalidade, gosta de ser o
centro das atenções e faz gracinhas. Agarra-se a móveis e consegue se levantar.
Podem nascer mais dentinhos e é capaz de usar copo, imita sons e acha
brinquedos escondidos. Adora jogar
objetos ao chão e observá-los cair, repete fonemas.
·
10
Meses: senta e levanta sozinho, dá tchau e pode falar
“mamá”, “papá”. É curioso, engatinha bem e fica em pé com apoio, gira a parte
superior do corpo para alcançar um objeto, melhora a habilidade manual e começa
a definir qual mão vai ser a dominante. Já troca passinhos com apoio, reproduz
sons e pequenas palavras.
·
11
Meses:
caminha
com apoio, passa da posição de pé para sentado, e desloca-se segurando em
móveis, diz tchau. Vira páginas de um livro, segura copos e chama adultos e
crianças para brincar. Ganha mais dentinhos. Move-se com agilidade, sobe e
desce de móveis e escadas. Já abre gavetas e começa a ter noção do que é
proibido e permitido.
·
1
Ano: têm interesse pelas cores e coopera para se vestir.
Entrega um brinquedo quando pedem e sua linguagem fica mais apurada. Dá uns
passinhos, porém prefere engatinhar para explorar o mundo, define gostos e
aversões e lembra onde estão guardados seus brinquedos.
·
1 Ano e 5 meses: tira brinquedos
dos outros, anda e quer subir escadas sozinho. Gosta de imitar os adultos,
rabisca no papel com lápis de cor ou giz de cera e se diverte com água. Usa
bastante a palavra não. Corre, brinca com bola, anda para trás e aumenta o
vocabulário. Começa a comer sozinho. Gosta de ouvir várias vezes a mesma
história ou a mesma música.
·
1
Ano e 8 meses: sobe com facilidade em cadeiras, abre e
fecha gavetas. Adora rabiscar. Fica mais manhoso na hora de comer e aprende a
usar objetos como o telefone. Tem por volta de 16 dentinhos e deve ser
estimulado a treinar o controle de esfíncteres. Repete quase tudo o que ouve,
aprende a montar quebra cabeças e consegue cantarolar as músicas de que gosta.
·
2
Anos: tem percepção de quem é. Sobe e desce escadas, tira
os sapatos e peças de roupa. Em geral a dentição de leite se completa. Chuta
bola sem perder o equilíbrio, tenta impor suas vontades, passa a sentir ciúme e
normalmente consegue estabelecer o controle da bexiga.
·
3
Anos: pede para ir ao banheiro. Gosta da companhia de
outras crianças para brincar. Canta, reconhece cores e começa a se vestir. Usa
frases claras, tornando as palavras suas ferramentas para expressar seus
pensamentos. Explica bem as coisas e continua aprendendo com facilidade e por
imitação. Percebe os sentimentos dos adultos, tem em média 20 dentes de leite e
sabe comer de garfo e colher. Gosta de contar e ouvir histórias.
As crianças, nessa faixa etária, são ávidas para
aprender, explorar, experimentar, colecionar, perguntar e desejam exibir suas
habilidades. Por isso, a percepção visual, motora, auditiva, gustativa,
olfativa e tátil integra o processo de aprendizagem da criança com o processo
de socialização.
Como sugestões para o
desenvolvimento dessas habilidades nas crianças pequenas, propõem-se os
seguintes procedimentos:
·
1
a 4 meses: converse, cante músicas de ninar, olhe
diretamente nos seus olhos, sorria para ela, toque seu corpo. Levante-a para
que possa enxergar ao seu redor e coloque objetos próximos a seu campo de
visão; instale móbiles no berço para que ela acompanhe o movimento dos
brinquedos. Brinque com gestos e palavras, ofereça um chocalho, leve-a para
passear. Ofereça objetos grandes e coloridos, que permitam o manuseio.
·
5
meses: brinque e converse com ela, na hora do banho, e
coloque músicas variadas para tocar. Deixe-a, no chão, em espaços amplos, sobre
colchonetes que permitam sua mobilidade.
·
6
meses: coloque em sua mão alimentos diferentes para serem
manuseados, como biscoitos, pedacinhos de frutas. Incentive-a a se arrastar
para pegar os brinquedos.
·
7
meses: deixe-a livre para explorar seus brinquedos e
ofereça-lhe objetos sonoros e coloridos.
·
8
meses: nesse período, percebe que a mãe é uma pessoa
separada dela e isso a angustia, dê o máximo de carinho e atenção promovendo
dessa forma sua segurança. Passeie com ela ao ar livre, mostrando tudo o que se
passa ao redor. Introduza o “não pode, machuca”. Use frases curtas, com voz
baixa e firme.
·
9
meses: converse e explique para ela tudo o que vai fazer,
seja no banho, na refeição, seja na troca de roupa e a ajude a se manter em pé
para fortalecer sua musculatura. Ofereça livros com cores fortes.
·
10
meses: empenhe-se em contar histórias, cantar e mostrar
figuras de livros infantis e ofereça brinquedos de encaixe.
·
11
meses: brinque com ela de colocar e tirar objetos de uma
caixa e deixe-a ouvir e cantar cantigas de roda.
·
1
Ano: imite sons de bichinhos com ela, estimule-a a
andar, segurando-a pelas mãos.
·
1
Ano e 1 mês: nas atividades livres, deixe-a espalhar
os brinquedos e desmontá-los. Ajude-a a organizar, incentivando-a a guardá-los
quando não quiser mais brincar. Estimule a criança a terminar as tarefas que
inicia.
·
1
Ano e 2 meses: dê revistas para rasgar, folhas para
pintar, desenhar e rabiscar. Deixe-a comer sozinha, ainda que se suje, e
aumente o arsenal de histórias infantis, exercícios com bolas e brinquedos de
encaixe.
·
1
Ano e 6 meses: oportunize atividades para que ela se
exercite, subindo escadas, empurrando objetos, cantando etc. Estimule-a a usar
o vaso sanitário.
·
2
Anos: Responda as suas perguntas frequentes, conte
histórias e ajude-a a representar personagens.
·
2
Anos e 6 meses: Ajude-a a descobrir o mundo por meio de
brincadeiras, leituras e passeios.
·
3
Anos: Passe informações coerentes com a realidade e
participe ativamente de suas brincadeiras e personagens criados por sua
imaginação.
·
PROFESSOR
O profissional de
Educação Infantil deverá ter um domínio dos conhecimentos científicos básicos,
tanto quanto conhecimentos necessários para o trabalho com a criança pequena
(conhecimentos de saúde, higiene, psicologia, antropologia e história,
linguagem, brinquedo e das múltiplas formas de expressão humana, de
desenvolvimento físico e das questões de atendimento em situações de
necessidades especiais). Precisa ainda ter sob controle seu próprio
desenvolvimento, bem como estar em constante processo de construção de seus
próprios saberes. Ter elaborado, maduramente, a questão de seus valores,
cultura, classe social, história de vida, etnia, religião e sexo.
Dessa forma, É preciso
preparar os professores para esse diálogo, enriquecendo os currículos de
formação profissional e encarando a formação por novas competências no complexo
trabalho de constituição dos cidadãos pela educação escolar. Só poderemos falar
em sociedade, em um mundo do trabalho justo em inclusão social quando os filhos
de todos os cidadãos usufruírem de alimentação, saúde, educação, lazer e
esportes, cultura e arte, convivência, afeto, dignidade. É para lutar por esse
mundo que devemos envidar todos os esforços para introduzir na educação escolar
melhores condições de acesso e tratamento das informações e conhecimentos
universalmente disponíveis a todos.
Nesse
sentido, Oliveira (2003) postula que
o professor que trabalha com a Educação
Infantil precisa ter alguns diferenciais que irá lhe ajudar no seu trabalho com
as crianças
O professor de
educação infantil deve ter formação ética e competência na especialidade de sua
tarefa, levando-se em conta o atual momento sócio-histórico que ocorre em um
mundo complexo, contraditório, violento individualista, consumista e em
constante mudança. Ter o domínio de conceitos e habilidades necessárias para se
ter uma atuação junto às crianças, atuação esta que seja promotora da
aprendizagem e do desenvolvimento delas no sentido de lhes garantir o direito à
infância. (OLIVEIRA, 2003, p. 7-8).
O
contexto acima citado, descrito por Oliveira (2003), nos permite verificar
algumas características necessárias ao professor de Educação Infantil, observar
que esse professor precisa ter conhecimentos necessários na área pedagógica,
para entender e saber trabalhar com as crianças, bem como analisar as suas
próprias atitudes e sentimentos para poder estabelecer uma relação segura com a
mesma. Ele deve estar preparado para lecionar para cada faixa etária.
O
professor precisa despertar a atenção das crianças para a participação nas
atividades, criando um clima favorável entre ambos e desta forma poder ocorrer
o ensino e aprendizagem. A criança precisa interagir com as outras crianças e
essas atividades proporcionam às mesmas o trabalho em duplas ou grupos
desenvolvendo o processo de socialização. Segundo Barros (1996, p. 168) “a
socialização significa o processo de integração dos indivíduos num grupo”. Não
podemos deixar de mencionar neste trabalho a palavra amor, que é necessária
quando estamos falando em educação e principalmente tratando-se de Educação
Infantil.
O
docente que trabalha com a Educação Infantil, necessita ter um olhar diferenciado
envolvendo muito carinho, compreensão, comprometimento no processo de formar
pessoas, ter respeito pelas atitudes e ideias das crianças para que elas
cresçam confiantes em uma educação que ainda é válida e fará a diferença em
nossa sociedade.
As
relações de afetividade na Educação Infantil, tanto de Professor-Aluno quanto
as de Família-Criança, são vistas como princípio norteador da prática
educativa. Sendo assim, a afetividade no dia a dia da sala de aula se reflete
na preocupação com as crianças, reconhecendo-as como seres autônomos, mostrando
exigências coerentes e uma atitude de confiança e respeito a sabedoria e a
condição de aprendiz de cada um. Quantas sutilezas estão contidas no mistério
da aprendizagem. A maior delas talvez seja a simples fé de que a criança vai
aprender.
É
importante que o professor perceba-se como facilitador do processo de
aprendizagem, pois, quando a relação que estabelece com o seu aluno é pautada
no vínculo e no afeto, propicia a ele a oportunidade de: mostrar, guardar,
criar, entregar o conhecimento e permite que o outro possa investigar,
incorporar e apropriar-se do conhecimento.
Enfim, as
relações permeadas pelo vínculo afetivo contribuem para reparar possíveis
fraturas no processo de aquisição do conhecimento de cada um, dá espaço para
que haja um aprendizado que transforma interiormente propiciando a ele o saber
fazer e ser atuante com possibilidades de posicionar-se frente a uma sociedade
exigente e em constante movimento. Por isso, pode-se afirmar que o afeto faz
diferença na construção do sujeito e deixa marcas em suas conquistas.
A ação pedagógica visa
à promoção dos processos de ensino e de aprendizagem. Assim, considera as
interações entre os sujeitos; a realidade na qual sua unidade está inserida; os
conhecimentos prévios das crianças; as relações afetivas na interação
professor-criança, criança-criança, criança-adultos; as mediações intencionais.
Nessa concepção a criança é considerada na sua totalidade de aspectos e
potencialidades, como um ser: biológico, cognitivo, social e afetivo-emocional.
Define-se
Cultura como o conjunto de ações, costumes e fazeres que constituem a forma de
viver de uma determinada comunidade, como o falar, vestir, brinquedos, utensílios,
artes, dentre outros. A valorização da cultura local e nacional nos currículos
escolares deve articular diferentes práticas culturais, experiências, valores e
saberes das crianças, suas famílias e a comunidade como um todo.
Partindo-se
do pressuposto de que a infância é uma fase da vida em que mente e corpo estão
abertos a todo tipo de aprendizado, a criança é mais sensível às sensações e
emoções. Nesse aprendizado a arte como atividade atravessada de um fazer
pedagógico possibilita um trabalho significativo por meio de ações voltadas
para a criança, nas quais as brincadeiras de roda e de dança, com contação de
histórias tradicionais e confecção de instrumentos torna possível avivar nas
mesmas, significados e possibilidades das coisas simples de uma forma lúdica e
prazerosa.
A
pluralidade cultural, isto é, a diversidade de etnias, crenças, costumes,
valores etc. que caracterizam a população brasileira marca, também, as
instituições de educação infantil. O trabalho com a diversidade e o convívio com
a diferença possibilitam a ampliação de horizontes tanto para o professor
quanto para a criança. Isto porque permite a conscientização de que a realidade
de cada um é apenas parte de um universo
maior que oferece múltiplas escolhas. Assumir um trabalho de acolhimento
às diferentes expressões e manifestações das crianças e suas famílias significa
valorizar e respeitar a diversidade, não implicando a adesão incondicional aos
valores do outro.
(BRASIL. 1998, p. 77)
Quando
comunidades inteiras trabalham de forma conjunta em parceria para melhorar a
educação, todos são beneficiados. As escolas se beneficiam com o aumento do
ânimo entre os professores; os pais passam a ter mais consideração pelos
mestres; as famílias dão mais apoio; a imagem da escola melhora junto à
comunidade.
Para
que as parcerias sejam efetivamente verdadeiras, todos os cidadãos – incluindo
organizações comunitárias, pais, grupos religiosos e empresas – devem fazer sua
parte para melhorar a educação. Membros das famílias podem se envolver
ativamente com a educação de suas crianças; comunidades religiosas podem
trabalhar para melhor entender e atender as necessidades familiares e
educacionais; organizações comunitárias podem patrocinar atividades importantes
para a juventude e suas famílias; e as empresas podem adotar políticas de apoio
às famílias no ambiente de trabalho e se envolverem com a educação escolar.
Desse
modo, trabalhando juntos, trocando informações, compartilhando decisões e
colaborando para o aprendizado das crianças, todos podem contribuir para o
processo educacional e ajudar a garantir uma educação de qualidade para todos.
A avaliação é
processual, ocorre cotidianamente, ao longo do período de
aprendizado/desenvolvimento da criança.
As instituições de
Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho
pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de
seleção, promoção ou classificação, garantindo:
- A
observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e
interações das crianças no cotidiano;
- A
utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças
(relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
- A
continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de
estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela
criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no
interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição
pré-escola/Ensino Fundamental);
- A
documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da
instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e
aprendizagem da criança na Educação Infantil;
- A não
retenção das crianças na Educação Infantil. (Resolução CNE/CEB nº 5/2009,
art. 10)
Na Educação Infantil a
avaliação se dá principalmente pela observação sistemática, registro em caderno
de campo, fichas, questionários, relatórios e reflexão, portfólios (exposição
das produções das crianças), autoavaliação para as crianças maiores (importantíssima
para tomada de consciência da criança do seu momento de aprendizado e
desenvolvimento), entre outros.
Na educação infantil é
importante, ainda, que sejam avaliadas permanentemente as condições da oferta
no contexto da proposta pedagógica, tais como infraestrutura, organização de
espaços, tempos e materiais, aspectos relacionados com a gestão, entre outros.
XIII
- SOBRE A UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo o Parecer do
CNE/CEB nº 20/2009, as instituições de Educação Infantil devem assegurar a educação
em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo
educativo.
Conhecer as culturas
plurais que constituem o espaço da creche e da pré-escola, a riqueza das
contribuições familiares e da comunidade, suas crenças e manifestações, e
fortalecer formas de atendimento articuladas aos saberes e às especificidades
étnicas, linguísticas, culturais e religiosas de cada comunidade. Executar a
proposta curricular com atenção cuidadosa e exigente às possíveis formas de
violação da dignidade da criança, e atender ao direito da criança na sua
integralidade por meio do cumprimento do dever do Estado com a garantia de uma
experiência educativa com qualidade a todas as crianças na Educação Infantil.
XIV
- ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
·
LOCAL
DE FUNCIONAMENTO
1- DENOMINAÇÃO
Creche e Pré-Escola Mundo Feliz
2- LOCALIZAÇÃO
.
Atualmente
a Creche e Pré-Escola Mundo Feliz está localizada à Avenida São Pedro Nº 885 -
Bairro: Centro – CEP: 59.820-000
.
A partir
de 2013 funcionará nas novas instalações da Creche – Padrão Pró Infância
situada à Rua Pedro Afonso Carlos Fernandes Nº 40 – Bairro: Centro – CEP:
59.820-000
3- INEP
24019461
4- MANTENEDORA
Caixa Escolar da Creche e Pré-escola
Mundo Feliz – CNPJ: 10.908.563/0001-36
- MODALIDADE
DE ATENDIMENTO
É oferecido um
atendimento exclusivamente diurno, de forma parcial à toda a clientela
educacional onde o funcionamento está dividido em dois turnos: Matutino e
vespertino, não comprometendo quaisquer dificuldades a nenhuma família, tendo
em vista que em nosso
Município as mesmas, na totalidade dos seus membros, não
trabalham o dia todo fora de casa.
XV
- ORGANIZAÇÃO E FORMAS DE UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO REFERENTES AO ATENDIMENTO ÀS
CRIANÇAS E AOS ADULTOS
1-
Instalações
da creche atual
Os espaços físicos não atendem a um
bom funcionamento da Instituição. Tanto os setores administrativos quanto as
salas de aula, não são bem estruturados, são muito pequenas, quentes e pouco
iluminadas, impossibilitando assim a organização, principalmente das salas de
aula, sem condições de estruturar os “Cantinhos” de Aprendizagem.
As refeições são
servidas nas salas de aula, sendo que anteriormente as crianças alimentavam-se
numa área externa coberta da escola, mas pouco viável a este funcionamento por deixá-las
muito exposto à quentura ocasionando doenças respiratórias.
Os ambientes são
decorados no início do ano, conforme a criatividade de cada educadora, com
apoio da equipe gestora e funcionários.
Apesar de a Instituição
ser construída numa grande área, onde tem um pátio enorme com muitas fruteiras
e hortas, o espaço físico coberto é muito limitado contendo:
04 salas de aula
0l recepção
0l diretoria/secretaria
0l sala de TV/coordenação
0l cozinha
0l despensa
0l sanitário para funcionários
04 sanitários infantis
0l área livre coberta denominada como
“Espaço lúdico interativo de aprendizagens”, constituído dos seguintes
cantinhos: ateliê da arte, faz de conta, jogos e brinquedos, cantinho da
leitura e cantinho da beleza.
0l pátio descoberto com piso (utilizado
para os eventos escolares)
2-
Novas
instalações: (funcionará a partir de 2013)
Possui estrutura padronizada nacionalmente pelo
Proinfância, as salas e demais ambientes são espaçosos, bem iluminados e todos
são refrigerados. Construída numa grande área, possui espaço físico amplo
contendo:
04
salas de atividades
04
salas de recepção
04
salas de higiene pessoal
04
salas de repouso
02
salas de alimentação
04
solário
04
sanitários infantis
·
BLOCO
CRECHE III E PRÉ-ESCOLA:
04
salas de atividades
02
salas de recepção
02
salas de repouso
02
solário
·
BLOCO
MULTIUSO:
01
sala de leitura multiuso
01
sala de informática
02
sanitários infantis para crianças de 3 a 6 anos com 4 vasos cada
02
sanitários para adultos e portadores de necessidades especiais
0l
sala do rack ( apoio à informática )
0l
sala Cia. De energia elétrica
01
sala Cia. Telefônica
01
pátio coberto ( será utilizado para recreação, recepções e festas )
01
anfiteatro
01
parquinho
01
área descoberta
·
BLOCO
ADMINISTRATIVO:
01
área externa coberta de entrada
01
sala de recepção interna
01
secretaria
01
diretoria
01
sala para professores e coordenação pedagógica
01
almoxarifado
02
sanitários para funcionários
01
circulação interna
·
BLOCO
DE SERVIÇOS:
01
entrada para funcionários
01
circulação
01
cozinha
01
despensa
01
depósito para alimentos perecíveis
01
refeitório
01
lactário
05
sanitários para funcionários
01
lavanderia
XVI
- EQUIPAMENTOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA O FUNCIONAMENTO DA CRECHE
1-
Creche
atual: