A Direção da Creche e Pré- Escola Mundo Feliz e a organização deste Blog agradecem aos alunos da Pós- Graduação do curso DE EDUCAÇÃO INFANTIL SABERES NECESSÁRIOS A PRÁTICA EDUCACIONAL, ministrado, aqui em Riacho da Cruz, pelo intercâmbio de saberes, haja visto que foi de grande valia acadêmica.
Consideramos significativo o período de observação da prática pedagógica nessa creche, como também a disponibilização para divulgação de alguns relatórios da observação realizada em sala de aula, discutindo um tema tão pertinente para a educação infantil como é a Brincadeira e o Faz de Conta, e ainda analisadas sob as prespectivas teóricas vygostkyana e piagetiana.
Alguns desses pós- graduandos, sendo esta a segunda pós, são professores dessa instituição de ensino e disponibilizaram seus relatórios para a divulgação. Ficamos felizes com essa iniciativa visto que, vimos este intercâmbio de saberes como contribuição para a melhoria da aprendizagem de nossas crianças. Ficamos aguardando a disponibilização de relatórios do outros grupos que também passaram por nossa instituição e deixaram seu legado acadêmico.
Acompanhe a descrição da análise e veja o registro fotográfico
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Autoras:
Socorro Bandeira
Fátima valéria
Lidriana
Solange
Maegna
Maegna
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES REALIZADAS EM UMA TURMA DE CRECHE.
Na
perspectiva de conhecer como se dar na prática a importância do ato de brincar
em uma escola de educação infantil participamos de uma aula do maternal I, com
vinte e dois alunos de faixa etária entre dois anos a dois anos e onze meses,
na Creche e Pré-Escola Mundo Feliz situada à rua, Pedro Afonso Carlos N. 40. Os trabalhos pedagógicos da professora teve início com acolhida de seus
alunos recepcionados com a música de bom dia, e logo após foi feita a
chamadinha e a roda de conversas, que ao serem realizadas, foi servido o
desjejum e após alguns minutos as crianças foram levadas para brincarem no
solário.
Antes de
iniciar as brincadeiras observamos que as mesmas tinham sido planejadas, nos
demonstrando obter conhecimentos sobre a importância
do ato de brincar que não se deve oferecer uma brincadeira para a criança sem
uma preparação prévia da mesma, esta deve ser planejada de modo que ofereça não
só diversão e prazer a criança, mas que produza significado e experiências,
estimulando a aprendizagem em todas as áreas do conhecimento humano.
A primeira brincadeira, a
professora fez um túnel com cordas e bambolês e perguntou: Quem quer passar por
dentro do bambolê? – Vamos lá! Passou por dentro dos bambolês cantando: “Passa,
passará, o de trás ficará, a porteira está aberta para quem quiser passar.” As
crianças seguiram a professora participaram da brincadeira alegremente. Após esse
momento a professora pega os bambolês e colocou em forma de amarelinha e pediu
para as crianças pularem. Algumas crianças apresentaram dificuldades de
coordenação ampla e a professora os ajudou a transpor a trajetória.
Nesse
momento aconteceu uma demonstração criativa das crianças, uma vez que pegaram
os bambolês e criam sua própria brincadeira colocando na cintura e tentando
rodar, tornando a brincadeira num desafio genuíno, interessante e desafiador,
já que ao tentarem fazer o bambolê rodar sobre o corpo,eles sentiam prazer em
fazer e se divertiam. Após concluírem as brincadeiras no solário entraram para
a sala e foi a vez de brincarem do faz de conta.
“Brincar de forma livre e prazerosa
permite que a criança seja conduzida a uma esfera imaginária, um mundo de faz
de conta consciente, porém capaz de reproduzir as relações que observa em seu cotidiano,
vivenciando simbolicamente diferentes papéis, exercitando sua capacidade de
generalizar e abstrair” (MELO & VALLE, 2005, p. 45).
Nesse
momento a professora pegou os brinquedos pediu que as crianças sentassem em
circulo, pegou umas bonecas colocou no centro da roda e comunicou as crianças
que uma das bonecas estava aniversariando e pediu que elas dissessem o nome da
aniversariante. Foi algo natural como parte do cotidiano das crianças, que
imediatamente responderam de forma surpreendente. Eis o nome que surge, o de
Maria Joaquina da novela carrossel do SBT .
Notamos
ainda que a sala de aula tem à disposição brinquedos e materiais que incentivam
a expressão artística e estimulam a imaginação das crianças, percebemos isso
quando ainda em brincadeira um aluno pega o telefone de brinquedo e começa a
falar com a mãe e quando a professora questiona sobre o assunto da conversa
flui naturalmente da mente da criança como se fosse algo real, brincando do faz
de conta. Vimos que a brincadeira e o faz de conta são meios de desenvolver a
linguagem, pois imaginando a criança se comunica, constrói-historia e expressa
vontades. No que diz respeito no modo que se relaciona com os coleguinhas vimos
que as crianças se interagem muito bem umas com as outras e que uma necessita
da outra para por em pratica, sua brincadeira.
Piaget
(1978), face ao desenvolvimento do pensamento infantil, afirma que a
brincadeira de faz-de-conta:
"está intimamente ligada ao símbolo, uma vez
que por meio dele, a criança representa ações, pessoas ou objetos, pois estes
trazem como temática para essa brincadeira o seu cotidiano (contexto familiar e
escolar) de uma forma diferente de brincar com assuntos fictícios, contos de
fadas ou personagens de televisão (p.76). Neste
sentido, ele diz que o pensamento da criança pequena não é suficientemente
preciso e maleável para comunicar um conjunto de ideias, então, o símbolo
assume a função de mediador, dando oportunidade à criança de expressar seu
pensamento.
Para Vygotsky (1998), a brincadeira de faz -de-
conta cria uma zona de desenvolvimento proximal, pois no momento que a criança
representa um objeto por outro, ela passa a se relacionar com o significado a
ele atribuído, e não mais com ele em si. Assim, a atividade de brincar pode
ajudar a passar de ações concretas com objetos para ações com outros
significados, possibilitando avançar em direção ao pensamento abstrato. Tanto
Piaget quanto Vygotsky concebem o faz-de-conta como atividade muito importante
para o desenvolvimento.
Como
estava na semana da páscoa também foi realizada atividades referente a esse
acontecimento A professora realiza uma conversa informal sobre o tema, distribui
atividades xerocadas, que é para enfeitar uma gravura do ovo da pascoa com
papeis laminado picados, a professora explica a atividade aos alunos, depois
coloca- os sentados de dois em dois para poder acompanhar os alunos em suas
atividades. Devido ela ter trazido para sala os papeis já picado explica que a
turma ainda não esta apta para o manuseio da tesoura.
Vale
salientar que durante a realização das atividades a rotina foi cumprida como a
higiene das mãos, lanche e etc. No que diz respeito ao modo de falar das
crianças observamos que não apresentam nem um tipo de distúrbio linguístico que
possa a primeira vista ser percebido. Todas as palavras, frases ou conversação
entre eles e os adultos apresentam um linguajar natural em crianças dessas
idades, que já se faz entender e expressar seus sentimentos e emoções.
Consideramos o desenvolvimento da linguagem um processo de maturação natural do ser humano que sofre
influencias sociais e culturais do contexto inserido. Vejam algumas palavras e
frases observadas:
. Ela vai cholá- quando diz a uma amiguinha que a
boneca vai chorar.
. O bolo do diversário- quando a
professora fala sobre o aniversario da boneca a criança repeti a frase dita.
.Mainha eu não to dano tabaio-quando
na hora da brincadeira do faz de conta conversa com sua mãe dizendo que não
está dano trabalho.
.Meu aiz ta iscorrendo- quando
fala para professora que o nariz esta escorrendo.
.a geadea esta veia – quando se dirigem
a o estado que se encontra a geladeira.
.To coando bem buitim-quando
quando diz à professora que esta colando bem bonitinho.
.bebelo-quando se direciona ao cabelo.
.cheloso-quando diz que o amiguinho esta
cheiroso.
.ibola-quando diz vamos embora
Portanto
reportamos a teoria de Piaget essas crianças encontram-se no período Pré-operatório (2 à 7 anos)
é nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto
ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta
substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica. Assim este
estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
Inteligência Simbólica - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente.
Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados.
Existem outras características do pensamento simbólico como, por exemplo, o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabe o nome ainda), super determinação (“teimosia”), egocentrismo (tudo é “meu”, não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro), etc.
Inteligência Simbólica - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente.
Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados.
Existem outras características do pensamento simbólico como, por exemplo, o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabe o nome ainda), super determinação (“teimosia”), egocentrismo (tudo é “meu”, não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro), etc.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Brincadeira oferece às crianças uma ampla
estrutura básica para mudanças das necessidades e tomada de consciência: ações
na esfera imaginativa, criação das intenções voluntárias, formação de planos da
vida real, motivações intrínsecas e oportunidade de interação com o outro, que,
sem dúvida contribuirão para o seu desenvolvimento. Após a realização deste
trabalho . Podemos afirmar que por meio das atividades lúdicas a
criança assimila valores, adquire comportamentos, desenvolve diversas áreas do
conhecimento, exercita-se fisicamente e aprimora habilidades motoras. Brincando
a criança desenvolve seu senso de companheirismo e jogando com o companheiro,
aprende a conviver; participando aprende a aceitar regras. As crianças utilizam o brinquedo para externar suas
emoções, construindo um mundo a seu modo e, dessa forma, questionam o universo
dos adultos. Elas já nascem em um meio pautado por regras sociais e o seu eu
deve adaptar-se a essas normas. Na brincadeira, ocorre o processo contrário:
são as normas que se encaixam em seu mundo. Não é uma tentativa de fuga da
realidade, mas, sim, uma busca por conhecê-la cada vez mais. No brincar, a
criança constrói e recria um mundo onde seu espaço esteja garantido.
“Brincar de forma livre e prazerosa permite que a criança seja conduzida
a uma esfera imaginária, um mundo de faz de conta consciente, porém capaz de
reproduzir as relações que observa em seu cotidiano, vivenciando simbolicamente
diferentes papéis, exercitando sua capacidade de generalizar e abstrair” (MELO
& VALLE, 2005, p. 45).
Quanto ao papel do educador, sabe- se
da sua importância, e como adulto mais experiente, estimula as brincadeiras,
ordena o espaço interno e externo da escola, facilita a disposição dos jogos
lúdicos e os demais elementos da sala de aula. Colabora nas dificuldades e
promove facilidades na aprendizagem para que o ensino aconteça da melhor
maneira.
A observação nas brincadeiras é de extrema
importância, pois, ao analisar o aluno, o professor reconhece quais são suas
necessidades e, assim, aprende como ensiná-lo e como intervir. Não se pode
reprimir ou desestimular o aluno, eles devem aprender a respeitar seu espaço por
meio das brincadeiras. A criança desenvolverá e aprenderá a seguir regras
brincando. Pois brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a
saúde, a habitação e a educação, assim ela integra-se na sociedade e constrói
seu próprio conhecimento. O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem deve
ser encarado de forma séria, competente e responsável, tanto para educadores em
trabalhos escolares, quanto para psicopedagogos nas intervenções de problemas
de aprendizagem. Usado de maneira correta, poderá oportunizar ao educador e ao
educando, importantes momentos de aprendizagens em múltiplos aspectos. Na visão
da psicopedagogia a importância na aprendizagem, o lúdico vem favorecendo de
forma eficaz o pleno desenvolvimento das potencias criativas das crianças,
cabendo ao profissional intervir de forma adequada, sem atrapalhar a
criatividade da criança. Respeitando o desenvolvimento do processo lúdico, o
psicopedagogo poderá desenvolver novas habilidades no repertório da
aprendizagem e na prevenção e intervenção de futuros problemas de aprendizagem
infantil. Sendo assim, o brincar se destaca novamente para nos
revelar que os esquemas que a criança utiliza para organizar as brincadeiras,
os jogos, os brinquedos são os mesmos que ela utiliza para lidar como o
conhecimento. Nessa perspectiva podemos concluir que é fundamental esse
entendimento a fim de que educadores e outros profissionais similares possa identificar e
intervir positivamente nas dificuldades da criança.
Referências
Bibliográficas
KISHIMOTO,
Tizuko Morchida (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a
educação. São Paulo: Cortez, 1999.
VYGOTSKY,
Lev. Semenovick. A formação social da mente: o desenvolvimento
dos processos psicológicos superiores. Orgs:
Michael Cole et al. 4. ed. – São
Paulo :
Martins Fontes, 1991.
LEONTIEV,
A. N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In:
VIGOTSKY,
L. S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo:
Ícone, 1988.
OLIVEIRA,
Vera B. de. (org.). O brincar e a
criança do nascimento aos seis anos.
–
Petrópolis, RJ : Vozes, 2000.
FERREIRA, C.; MISSE, C.; BONADIO, S. Brincar na educação infantil é coisa
séria. Atrópolis Umuarama, V.12, nº 4, p.222 – 223 Outubro/Dezembro
2004.
PIAGET, J. A
formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. 3ºed. Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1978.
Foto 1 – Creche e pré
escola Mundo Feliz
Foto 2 – Observação com a turma do Martenal- I
Brincadeira de
bambolê em forma de túnel
Foto 3 – Brincadeira de bambolê em forma de amarelinha
Foto 5 – Ambientes
que estimulam a brincadeira
Foto 6 – Crianças dando nome a Boneca . (Maria Joaquina)
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