Resumo do livro de Augusto Cury- Pais / Brilhantes/ professores fascinantes
( Somente a parte dos pais)
Educar é acreditar na
vida, mesmo que derramamos lágrimas. Educar é ter esperança no futuro, mesmo
que os jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com sabedoria e
colher com paciência. Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do
coração.
Para
onde caminha a juventude
Há um mundo a ser
descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não consegue descobri-lo
quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo.
Nossa geração quis dar
o melhor para as crianças e para os jovens. Sonhamos grandes sonhos para eles.
Procuramos dar os melhores brinquedos, roupas, passeios, escolas. Não queríamos
que eles andassem na chuva, se machucassem nas ruas, se ferissem com os
brinquedos caseiros e vivessem as dificuldades pelas quais passamos.
Colocamos uma televisão
na sala. Alguns pais, com mais recursos, colocaram uma televisão e um
computador no quarto de cada filho. Outros encheram seus filhos de atividades,
matriculando-os em cursos de inglês, computação, música.
Tiveram uma excelente
intenção, só não sabiam que as crianças precisavam ter infância, que
necessitavam inventar, correr riscos, frustrar-se, ter tempo para brincar e se
encantar com a vida. Não imaginavam o quanto a criatividade, a felicidade a
ousadia e a segurança do adulto dependiam das matrizes da memória e da energia
emocional da criança. Não compreenderam que a TV, os brinquedos manufaturados,
a internet e o excesso de atividades obstruíam a infância dos seus filhos.
Criamos um mundo
artificial para as crianças e pagamos um preço caríssimo. Produzimos sérias
consequências no território da emoção, no anfiteatro dos pensamentos e no solo
da memória deles. Vejamos algumas consequências.
Obstruindo
a inteligência das crianças e adolescentes
Muitos jovens vivem
alienados, não pensam no futuro, não tem garra e projeto de vida.
Pais e filhos
vivem ilhados, raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos, mágoas,
alegrias e frustrações.
As crianças e os jovens
aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não sabem lidar com fracassos e falhas.
Os jovens são
preparados para lidar com decepções? Não! Eles são treinados apenas para o
sucesso. Viver sem problemas é impossível. O sofrimento nos constrói e nos
destrói. Devemos usar o sofrimento para construir a sabedoria. Mas quem se
importa com a sabedoria na era da informática?
Nós nos
tornamos máquinas de trabalhar e estamos transformando nossas crianças em
máquinas de aprender.
Com o tempo,
crianças e adolescentes perdem o prazer nos pequenos estímulos da rotina
diária.
Eles precisam fazer
muitas coisas para ter um pouco de prazer, o que gera personalidades flutuantes,
instáveis, insatisfeitas. Temos uma indústria de lazer complexa. Deveríamos ter
a geração de jovens mais felizes que já pisaram na Terra. Mas produzimos uma
geração de insatisfeitos.
A escola, também deixou
de ser uma aventura agradável.
Estamos
infomando e não formando
Os jovens
conhecem cada vez mais em que estão, mas quase nada sobre o mundo que são.
A educação tornou-se
seca, fria e sem tempero emocional. Os jovens raramente sabem pedir perdão,
reconhecer seus limites, se colocar no lugar dos outros. Qual é o resultado?
Nunca o conhecimento
médico e psiquiátrico foi tão grande, e nunca as pessoas tiveram tantos
transtornos emocionais e tantas doenças psicossomáticas. A depressão raramente
atingia as crianças. Hoje há muitas crianças deprimidas e sem encanto pela
vida. Pré-adolescentes estão desenvolvendo obsessão, síndrome do pânico,
fobias, timidez, agressividade e outros transtornos ansiosos.
Milhões de jovens estão
se drogando. Não compreendem que as drogas podem queimar etapas da vida,
levá-los a envelhecer rapidamente na emoção.
É comum detectarmos não
apenas adultos estressados, mas também jovens e crianças, Eles têm
frequentemente dor de cabeça, gastrite, dores musculares, suor excessivo,
fadiga constante de fundo emocional. Quanto pior for a qualidade da educação,
mais importante será o papel da psiquiatria neste século.
Vamos assistir passivamente à indústria dos antidepressivos e
tranquilizantes se tornar uma das mais poderosas do século XXI? Vamos
observar passivamente nossos filhos serem vítimas do sistema social que
criamos? O que fazer diante dessa problemática?
Procurando
pais brilhantes e professores fascinantes
As teorias não
funcionam mais. Bons professores estão estressados e gerando alunos
despreparados para a vida. Bons pais estão confusos e gerando filhos com
conflitos.
Atualmente não basta
ser bom, pois a crise da educação impõe que procuremos a excelência.
Um excelente
educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem serenidade para se
esvaziar e sensibilidade para aprender.
PARTE
1
SETE HÁBITOS DOS
BONS PAIS E DOS PAIS BRILHANTES
Os filhos não
precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e
sejam capazes de penetrar-lhes o coração.
Bons pais dão
presentes. Pais brilhantes dão o seu próprio ser.
Bons pais atendem,
dentro das suas condições, os desejos dos seus filhos. Fazem festas de
aniversário, compram tênis, roupas, produtos eletrônicos, proporcionam
viagens. Pais brilhantes dão algo incomparavelmente mais
valioso aos filhos. Algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu
ser, a sua história, as suas experiências, as suas lágrimas, o seu tempo.
Você quer ser um pai ou
uma mãe brilhante? Tenha coragem de falar sobre os dias mais tristes da sua
vida com seus filhos. Tenha ousadia de contar sobre suas dificuldades do
passado. Fale das suas aventuras, dos seus sonhos e dos momentos mais
alegres de sua existência. Humanize-se. Transforme a relação com seus
filhos numa aventura. Tenha consciência de que educar é penetrar um no mundo
do outro.
Muitos pais
trabalham para dar o mundo aos filhos, mas se esquecem de abrir o livro da sua
vida para eles. Infelizmente os seus filhos só vão administrá-los no
dia em que eles morrerem. Por que é fundamental para a formação da
personalidade dos filhos que os pais se deixem conhecer?
Porque esta é a única
maneira de educar a emoção e criar vínculos sólidos profundos.
As experiências
aprendidas são mais importantes do que as instintivas. Uma criança de sete anos
é muito imatura e dependente de seus pais. O aprendizado depende do registro
diário de milhares de estímulos externos ( visuais, auditivos, táteis) e
internos ( pensamentos e reações emocionais) nas matrizes da memória.
Anualmente arquivamos milhões de experiências. Diferentemente dos computadores
, o registro em nossa memória é involuntário, produzido pelo fenômeno RAM (
registro automático da memória).
continue lendo...
O que seus filhos registram de você? As imagens negativas ou positivas? Todas.
Eles arquivam diariamente os seus comportamentos, sejam eles inteligentes ou
estúpidos. Você não percebe, mas eles o estão fotografando a cada instante.
O que gera vínculos inconscientes não é só o que você diz a eles, mas também o
que eles veem em você.
A imagem que seu filho construiu de você não pode mais ser apagada, só
reescrita. Construir uma excelente imagem estabelece a riqueza da relação que
você terá com seus filhos.
Outro papel importante da memória é que a emoção define a qualidade do
registro. Todas as experiências que possuem um alto volume emocional provocam
um registro privilegiado. O amor e o ódio, a alegria e a angústia provocam um
registro intenso.
A mídia descobriu, sem ter conhecimentos científicos, que anunciar as misérias
humanas fisga a emoção e gera concentração. De fato, acidentes, mortes, doenças,
sequestros geram alto volume de tensão, conduzindo a um arquivamento
privilegiado dessas imagens. Nossa memória tornou-se, assim, uma lata de lixo.
Não é à toa que o homem moderno é um ser intranquilo, que sofre por antecipação
e tem medo do amanhã.
Fica
mais barato perdoar
Ensine
seus filhos a fazer do palco da sua mente um teatro de alegria, e não um palco
de terror.
Não tente compensar
sua agressividade comprando-o, dando-lhe coisa. Deste modo, ele o manipulará e
não o amará. Declare a seus filhos que eles não estão no rodapé da sua
vida, mas nas páginas centrais de sua história.
Seus filhos não
precisam de gigantes
A individualidade deve existir, pois ela é o alicerce da identidade da personalidade.
Certa vez um filho de 9 anos perguntou a um pai, que era médico, quanto
ele cobrava por consulta. O pai disse-lhe o valor. Passado um mês, o filho
aproximou-se do pai, tirou algumas notas do bolso, esvaziou o seu cofre de
moedas e disse-lhe com os olhos cheios de lágrimas: “ Pai, faz tempo que eu
quero conversar com você, mas você não tem tempo. Consegui juntar o valor de
uma consulta. Você pode conversar comigo?”
Seus filhos não
precisam de gigantes, precisam de seres humanos. Não precisam
de executivos, médicos, empresários, administradores de empresa, mas de você,
do jeito que você é. Adquira o hábito de abrir seu coração para os seus filhos
e deixá-los registrar uma imagem excelente da sua personalidade. Sabe o que acontecerá?
Eles se apaixonarão por você.
Nenhuma
técnica psicológica funcionará se o amor não funcionar.
Liberte a criança feliz que está em você. Liberte o jovem alegre que vive na
sua emoção, mesmo que seus cabelos já tenham embranquecido. É possível
recuperar os anos. Deixe seus filhos descobrirem seu mundo.
Abra-se, chore e abrace-os. Chorar e abraçar são mais importantes do
que dar-lhes fortunas ou fazer-lhes montanhas de críticas.
BONS PAIS NUTREM O CORPO. PAIS BRILHANTES
NUTREM A PERSONALIDADE
Este
hábito dos pais brilhantes contribuem para desenvolver:
reflexão, segurança, liderança, coragem otimismo, superação
do medo, prevenção de conflitos.
Bons pais cuidam da
nutrição física dos filhos. Estimulam-nos a ter uma boa dieta, com alimentos
saudáveis, tenros e frescos. Pais brilhantes vão além. Sabem
que a personalidade precisa de uma excelente nutrição psíquica. Preocupam-se
com os alimentos que enriquecem a inteligência e a emoção.
Hoje, bons pais estão produzindo filhos ansiosos, alienados,
autoritários, angustiados. Muitos filhos de médicos, juízes, empresários estão
atravessando grandes conflitos. Por que pais inteligentes e saudáveis têm visto
seus filhos adoecerem?
Porque a sociedade se tornou uma fábrica de estresse.
Os pais que não ensinam seus filhos a ter uma visão crítica dos comerciais, dos
programas de TV, da descriminação social os tornam presas fáceis do sistema predatório.
Para este sistema, por mais ético que ele pretende ser, seu filho é apenas um
consumidor em potencial e não um ser humano. Prepare seu filho para
“ser”, pois o mundo preparará para “ter”.
ALIMENTE A INTELIGÊNCIA
Bons pais ensinam os filhos a escovar os dentes, pais brilhantes os ensinam a
fazer a higiene psíquica. Inúmeros pais imploram diariamente para que os filhos
façam a higiêne bucal. Mas, e a higiene emocional? De que adianta prevenir
cáries, se a emoção das crianças se torna uma lata de lixo de pensamentos
negativos, manias, medos, reações impulsivas e apelos sociais?
Por favor, ensine os jovens a proteger sua emoção.
Ajude seus filhos a não serem escravos de seus problemas. Alimente o anfiteatro
dos pensamentos e o território da emoção deles com coragem e ousadia. Não se
conforme se eles forem tímidos e in seguros.
O
“eu”, que representa a vontade consciente ou a liberdade de decidir, tem de ser
treinado para tornar-se líder e não um fantoche.
Se você tivesse a
capacidade de entrar no palco da mente dos jovens, constataria que muitos que
muitos são atormentados por pensamentos ansiosos. Alguns se angustiariam com as
provas escolares. Outros, com cada curva do corpo que detestam. Outros ainda
acham que ninguém gosta deles. Muitos jovens têm uma péssima autoestima.
Quando a baixa autoestima nasce, a alegria morre.
O cárcere da emoção tem aprisionado milhões de jovens. Eles sofrem em silêncio.
Que educação é esta que fala sobre o mundo em que estamos e se cala sobre o
mundo que somos? Pergunte sempre aos seus filhos: “ O que está acontecendo com
você?, “ Você precisa de mim?, “ Você tem vivido alguma decepção?, “ O que eu
posso fazer para torná-lo mais feliz?.
De que adianta você cuidar diariamente da nutrição de bilhões de células de
seus filhos mas descuidar da nutrição psicológica? De que adianta terem um
corpo saudável se são infelizes, instáveis, sem proteção emocional, fogem dos
seus problemas, têm medo das críticas, não sabem receber um “não”.
Não percebemos que tudo que eles arquivam controlará suas personalidades.
Alimente a personalidade de seus filhos com sabedoria e tranquilidade. Fale das
suas peripécias, dos seus momentos de hesitações, dos vales emocionais que atravessou.
Não deixe que o solo da sua memória se transforme numa terra de pesadelos, mas
num jardim de sonhos.
Não se esqueça de que tropeçamos nas pequenas pedras e não nas montanhas. As
pequenas pedras no inconsciente se transformam em grandes colinas.
O PESSIMISMO É
UM CÂNCER NA ALMA
Você pode não ter
dinheiro, mas, se for rico em bom senso, será um pai ou uma mãe brilhante. Se
você contagiar seu filho com seus sonhos e entusiasmo, a vida será enaltecida.
Se for um especialista em reclamar, se mostrar medo da vida, temor pelo amanhã,
preocupações excessivas com doenças, está paralisando a inteligência e a emoção
deles.
Sabe quanto tempo demora um conflito psíquico, sem tratamento e sem fundo
genético, para ter remissão espontânea? As vezes, três gerações. Por exemplo,
se um pai tem obsessão por doenças, um de seus filhos poderá registrar esta
obsessão continuamente e reproduzi-la. O neto poderá tê-la com menos
intensidade. Somente o bisneto poderá ficar livre dela.
Demonstre força e segurança aos seus filhos. Diga frequentemente a eles: “ A
verdadeira liberdade está dentro de você”, Não seja frágil diante das suas
preocupações!”, “Enfrente as suas manias e ansiedade”, “Opte por ser livre!
Cada pensamento negativo deve ser combatido, para não ser registrado”.
O verdadeiro otimismo é construído pelo enfrentamento dos problemas e não pela
sua negação. Por isso, as palestras de motivação raramente funcionam. Elas
não dão ferramentas para gerar um otimismo sólido, que nutre o “ eu” como líder
do teatro da inteligência.
O
pessimismo é um câncer da alma. Muitos pais são vendedores de
pessimismo. Já não basta o lixo social que a mídia deposita no palco da mente
dos jovens, muitos pais transmitem para eles um futuro sombrio.
Pais
brilhantes não formam heróis, mas seres humanos que conhecem seus limites e sua
força.
Bons pais
corrigem erros, pais brilhantes ensinam a pensar
Este hábito dos
pais brilhantes contribui para
desenvolver: consciência crítica,
fidelidade,
honestidade, capacidade de questionar, de
pensar antes de reagir, responsabilidade social
Bons pais corrigem
falhas, pais brilhantes ensinam os filhos a pensar. Entre corrigir erros e
ensinar a pensar existem mais mistérios do que imagina nossa vã psicologia.
Não seja um perito em criticar comportamentos inadequados, seja um perito em
fazer seus filhos refletirem. As velhas broncas e os conhecidos sermões
definitivamente não funcionam, só desgastam as relação.
Seus filhos já saberão tudo o que você vai dizer. Eles se armarão e se
defenderão. Consequentemente, o que você disser não ecoará dentro deles, não
gerará um momento educacional. Este processo é inconsciente.
Quando seu filho erra, ele já espera uma atitude sua. Se o que você diz não
causa um impacto na sua emoção, o fenômeno RAM ( registro automático da
memória) não produzirá um registro inteligente, e, consequentemente, não haverá
crescimento, mas sofrimento. Não insista em repetir as mesmas coisas para os
mesmos erros, para as mesmas teimosias. Eles são teimosos e nós,
estúpidos. Educar não é repetir palavras, é criar ideais, é
encantar. Os mesmos erros merecem novas atitudes.
Existem quatro fenômenos que leem a memória; aqui apenas os citarei: o gatilho
da memória, a janela da memória, o auto fluxo e o “eu”, que representa a
vontade consciente.
A personalidade das crianças e dos jovens está em constante ebulição, porque
nunca se interrompe a construção de pensamentos. Nem ao dormir interrompemos os
pensamentos, por isso sonhamos mas, pensar demais, gera um desgaste violento de
energia cerebral, prejudicando drasticamente a qualidade de vida.
Não
seja um manual de regras
Os computadores são pobres engenhocas comparados à inteligência de qualquer
criança, mesmo da crianças especiais. Mas insistimos em educar nossos filhos
como se fosse aparelhos lógicos que precisam apenas seguir um manual de regras.
Dizer “ faça isso” ou “ não faça aquilo”, sem explicar as causas, sem estimular
a arte de pensar, produz robôs e não jovens que pensam.
Creio que 99% das críticas e das correções dos pais são inúteis, não
influenciam a personalidade dos jovens. Além de não educar, elas geram mais
agressividade e distanciamento. O que fazer? Surpreendê-los!
Pais brilhantes conhecem o funcionamento da mente para educar melhor. Eles têm
consciência de que precisam ganhar primeiro o território da emoção, para depois
ganhar o anfiteatro dos pensamentos e, em último lugar, conquistar o solo
conscientes e inconscientes da memória, que é a caixa de segredos de
personalidade.
Os pais, se não conseguirem encantar, ensinar a pensar e conquistar o armazém
da memória dos seus filhos, nenhum estudo terá aplicabilidade e validade. Por exemplo:
sdeu filho acabou de levantar a voz para você. O que fazer? Ele espere que você
grite e o castigue! Mas, em vez disso, você inicialmente se cala, relaxa e
depois diz algo que o deixa pasmo: “ Eu não esperava que você me ofendesse
desse jeito. Apesar da dor que você me causou, eu amo respeito muito você”.
Após dizer essas palavras, o pai sai de cena e deixa o filho a pensar. A
resposta do pai abalará os alicerces de sua agressividade.
Se você quiser causar um impacto enorme no universo emocional e racional dos
seus filhos, use de criatividade e sinceridade. Você conquistará os
inconquistáveis.
Bons
pais dizem aos filhos: “ Você está errado”, Pais brilhantes dizem: “ O que você
acha do seu comportamento?” Bons pais dizem: “ você falhou de
novo”. Pais brilhantes dizem: “ Pense antes de reagir.” Bons pais punem quando
os filhos fracassam; pais brilhantes os estimulam a fazer de cada lágrima uma
oportunidade de crescimento.
GERAÇÃO DO HAMBÚRGUER EMOCIONAL
Os jovens vivem a geração do “ Hambúrguer emocional”. Detestam a paciência. Não
sabem contemplar o belo nas pequenas coisas da vida. Não lhes peçam que admirem
flores, os entardeceres, as conversas singelas. Para eles tudo é uma chatice. As
críticas dos pais e dos professores são insuportáveis, raramente eles as ouvem
com atenção.
Uma das coisa mais importantes na educação é levar um filho a admirar seu
educador.
Bons
pais preparam os filhos para aplausos,
pais brilhantes preparam os filhos para os
fracassos.
Este hábito dos
pais brilhantes contribui paralisando
desenvolver: motivação, ousadia, paciência, determinação,
capacidade de superação, habilidade para criar e
aproveitar oportunidades.
Bons pais educam a
inteligência lógica dos filhos, pais brilhantes educam a sensibilidade.
Estimule seus filhos ater metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho,
nas relações sociais, mas não pare por aí. Leve-os a não ter medo dos seus
insucessos. Não há pódio sem derrotas.
Muitos não conseguem brilhar no seu trabalho porque desistiram nos primeiros
obstáculos.
Alguns não venceram porque não tiveram paciência para suportar um não, porque
não tiveram ousadia para enfrentar algumas críticas, nem humildade para reconhecer
suas falhas.
A perseverança é tão importante quanto a habilidade intelectual. A vida
é uma longa estrada que tem curvas imprevisíveis e derrapagens inevitáveis. A
sociedade nos prepara para os dias de glória, mas não são os dias de frustação
que dão sentido a essa glória.
Pais
brilhantes mostram que as mais belas flores surgem após o mais rigoroso
inverno.
A VIDA É UM CONTRATO DE RISCO
Pais que não têm
coragem de reconhecer seus erros nunca ensinarão seus filhos a enfrentar
seus próprios erros e a crescer com eles. Pais que admitem que estão sempre
certos nunca ensinarão seus filhos a transcender seus fracassos. Pais que não
pedem desculpas nunca ensinarão seus filhos a lidar com a arrogância. Pais que
não revelam seus temores terão sempre dificuldade de ensinar seus filhos a ver
nas perdas oportunidades para serem mais fortes e experientes. Viver é um
contrato de risco.
Qual é a característica de uma emoção envelhecida, sem tempero e motivação?
Incapacidade de contemplação do belo e uma capacidade intensa de reclamar, pois
nada satisfaz prolongadamente. Reclamar do corpo, da roupa, dos amigos, da
falta de dinheiro, da escola e até de ter nascido.
A
qualidade de reclamar é o adubo da miséria emocional e capacidade de
agradecer é o combustível da felicidade. Muitos jovens fazem muitas
coisas para ter um migalha de prazer.
Descobrindo
a grandeza das coisas anônimas
Felicidade não e
obra do acaso, felicidade é um treinamento. Treine as crianças para serem
excelentes observadoras. Saia pelos campos e descubra juntamente com elas o
belo invisível, como o desabrochar de uma flor. Sinta com seus olhos as coisas
lindas que estão ao seu redor.
Leve
os jovens a enxergar os singelos momentos, a força que surge nas perdas, a
segurança que brota no caos, a grandeza que emana dos pequenos gestos.
As crianças serão
felizes se aprenderem a contemplar o belo nos momentos de glória e de fracasso,
nas flores das primaveras e nas folhas secas do inverno. Eis o grande desafio
da educação da emoção!
Bons pais conversam, pais
brilhantes
dialogam como amigos
Este hábito dos
pais brilhantes contribui para desenvolver:
solidariedade, companheirismo, prazer de viver, otimismo,
inteligência interpessoal.
Vimos que o
primeiro hábito dos pais brilhantes é deixar seus filhos conhecê-los; o segundo
é nutrir a personalidade deles; o terceiro é ensiná-los a pensar; o quarto é
prepará-lo para as derrotas e dificuldades da vida. Agora, precisamos
compreender que a melhor maneira de desenvolver esses hábitos é adquirir um
quinto hábito: DIALOGAR.
Entre conversas e dialogar há um grande vale. Conversar é falar sobre o
mundo que nos cerca, dialogar é falar sobre o mundo que somos. Dialogar
é contar experiências, é segredar o que está oculto no coração, é penetrar além
da cortina dos comportamentos, é desenvolver inteligência interpessoal (
Gardner, 1995)
Mais de 50% dos pais nunca tiveram coragem de dialogar com seus filhos sobre
seus medos, perdas e frustações.
Se pegássemos todo o dinheiro de uma empresa e jogássemos no lixo, estaríamos
cometendo um grave crime contra ela. Ela iria a falência. Será que não temos
cometido este crime contra a mais fascinante empresa social – a família-, cuja
única moeda é o diálogo? Se destruirmos o diálogo, como sustentará a relação “
pais e filhos”? Ela irá a falência.
Não há mágica para construir uma relação saudável. O diálogo é insubstituível.
Procurando amigos
O
comportamento inadequado muitas vezes são clamores que imploram a presença, o
carinho e a atenção dos pais.
Muitos sintomas
psicossomáticos, tais como dores de cabeça ou dores abdominais, também são
gritos silenciosos dos filhos. Quem os ouve? Muitos pais levam seus filhos a
psicólogos, o que pode ajudar, mas, no fundo, o que eles estão procurando é o
coração dos pais.
Aqui vai uma sugestão para todos os pais. Chamo-a de “ projeto da educação da
emoção” (PEE): desliguem a TV durante uma semana completa a cada dois meses e
realizem coisas interessantes com seus filhos. Planejem passear seis semanas ao
longo do ano com eles. Pais e filhos, mesmo que não viagem para lugares
longínquos, devem viajar para dentro uns dos outros.
Combinem o que farão. Vão para a cozinha juntos, inventem novos pratos, contem
piadas, façam teatros familiar, plantem flores, conheçam coisas interessantes.
Fiquem todas as noites com seus filhos em cada uma dessas semanas. Façam do PEE
um projeto de vida.
O maior desejo dos pais deveria ser que seus filhos fossem seus amigos:
diploma, dinheiro, sucesso são consequências de uma educação brilhante.
Se há amor, a obediência é espontânea e natural. Não há coisa mais linda, mais
poética, do que pais serem grandes amigos dos filhos.
A
pérola do coração
Abraçar, beijar e falar espontaneamente com os filhos cultiva a afetividade,
rompe os laços da solidão. O toque e o diálogo são mágicos, criam uma esfera de
solidariedade, enriquecem a emoção e resgatam o sentido da vida. Quem
comete atos de suicídeo não quer matar a vida, mas sim a sua dor.
Todas as pessoas que pensam em morrer no fundo têm fome e sede de viver. O que
elas querem destruir é o sofrimento causado por seus conflitos, a solidão que
as abate, a angústia que as solapa. Fale isso para as pessoas deprimidas,
e você vera brotar a esperança em seu interior.
Numa sociedade em que pais e filhos não são amigos, a depressão e outros
transtornos emocionais encontram um meio de cultura ideal para crescerem.
O diálogo é uma pérola oculta no coração.
Bons pais dão informações.
Pais brilhantes contam histórias
Este hábito dos
pais brilhantes contribui para desenvolver:
criatividade, inventividade, raciocínio esquemático, capacidade
de encontrar soluções em situações tensas.
Pais brilhantes são
criativos, perspicazes, capazes de extrair das coisas mais simples belíssimas
lições de vida.
Cativem seus filhos pela sua inteligência e a afetividade, não pela sua
autoridade, dinheiro ou poder.
Sabe qual é o termômetro que indica se vocês são agradáveis, indiferentes ou
insuportáveis? A imagem que os filhos dos seus amigos têm de vocês. Se eles têm
prazer em se aproximar, vocês passaram no teste.
Quando os filhos estão desesperados, com medo do amanhã, com receio de
enfrentar um problema, esses pais entram em cena e criam histórias que
transformam a emoção ansiosa dos filhos numa fonte de motivação.
Qual é uma das mais excelentes maneiras de educar? Contar histórias. Contar
histórias amplia o mundo das ideias, areja a emoção, dilui as tensões.
A chegada de um novo irmão pode gerar reações agressivas, rejeições, regressão
instintivas ( ex., perda do controle do qto de urinar) e mudanças de atitude no
irmão mais velho, comprometendo a formação da sua personalidade. O bebê se
torna, ás vezes, um estranho no ninho. Pais habilidosos criam histórias, desde
a geração do bebê, que incluem ambos irmãos em experiências divertidas e que
incentivam o companheirismo. O mais velho incorpora essas histórias essas
histórias, deixa de encarar o mais novo irmão como rival e desenvolve
afetividade por ele.
Ensine
muito falando pouco
Os jovens apreciam pessoas inteligentes. Para ser inteligente não é preciso ser
um intelectual ou cientista, basta criar histórias e inserir nelas lições de
vida. Cada pessoa tem um potencial intelectual enorme que está represado.
Se, às vezes, nem você mesmo suporta seu jeito fechado de ser, como quer que
seus filhos os ouçam? Não grite, não agrida, não revide com agressividade.
Pare! Conte histórias para quem você ama. Você pode ensinar muito falando
pouco.
Bons
pais dão oportunidades,
Pais brilhantes nunca
desistem
Este hábito dos
pais brilhantes contribui para desenvolve:
apreço pela vida, esperança, perseverança, motivação,
determinação e capacidade de se questionar, de superar
obstáculos e de vencer fracassos.
Bons pais são
tolerantes com alguns erros dos seus filhos, pais brilhantes jamais desistem
deles, ainda que os filhos os decepcionem e adquiram transtornos emocionais.
Pais
brilhantes são semeadores de ideais e não controladores dos seus filhos.
Devemos ser poetas na batalha da educação. Podemos chorar, mas jamais
desanimar. Podemos nos ferir, mas jamais deixar de lutar. Devemos ver o que
ninguém vê. Enxergar um tesouro soterrado nas rústicas pedras do coração dos
nossos filhos.
Ninguém se diploma na tarefa de educar
Antigamente, os
pais eram autoritários; hoje, são os filhos. Antigamente os professores eram os
heróis dos alunos; hoje, são vítimas deles. Os jovens não sabem ser
contrariados. Nunca na história assistimos a criança e jovens dominando tanto
os adultos. Os filhos se comportam como reis cujos desejos têm de ser
imediatamente atendidos.
Em primeiro lugar, aprenda a dizer “não” para seus filhos sem medo.Se eles não
ouvirem “ não” estarão despreparados para ouvir “não” da vida. Não terão chance
de sobreviver.
Em segundo lugar, quando disserem “não”, os pais não devem ficar cedendo a
chantagens e pressões dos filhos. Caso contrário, a emoção das crianças e
jovens se tornará uma gangorra: num momento serão dóceis, em outro, explosivos;
numa hora estarão animados, em seguida mal-humorados. Se forem flutuantes e
chantagistas no ambiente social, serão excluídos.
Em terceiro lugar, os pais tem de deixar claro quais são os pontos a serem
negociados e quais são os limites inegociáveis. Por exemplo, ir para a cama de
madrugada durante a semana e ter de acordar cedo para ir estudar é inaceitável
e, portanto, inegociável. De outro lado, a quantidade de tempo na internet e o
horário de vola para casa podem ser negociados.
Pais do mundo todo se sentem perdidos, sem solo para andar, sem ferramentas
para penetrar no mundo dos seus filhos. Atuar no aparelho da inteligência é uma
arte que poucos aprendem.
A vida é uma grande escola que pouco ensina para quem não sabe ler.
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